No princípio da criação, Orunmilá era amigo íntimo do Elefante e entrava com ele no monte e juntos faziam todo tipo de trabalho para buscar o sustento diário. Mas Orunmilá não tinha a mesma força que o Elefante e não rendia como ele.
Eles trabalharam juntos pelo espaço de três anos e três meses consecutivos, mas quando terminaram, Orunmilá tinha armazenado poucos ganhos o qual só deu para trocar por um traje branco. Contudo Ayanaku (O Elefante), diferente de Orunmilá, havia armazenado muitas riquezas.
Como as condições de Orunmilá era bem inferior ao do Elefante e havia gastado em seu traje branco tudo que tinha, voltou ao monte, mas antes entregou o traje branco ao Elefante para que ele o levasse para sua casa e o guardasse até a sua volta.
Quando Orunmilá chegou ao monte, encontrou com o Elefante o qual estava vestindo seu traje Branco e ao perguntar-lhe pelos panos, este lhe respondeu: “Tu nunca me deu nada para guardar”. Ambos lutaram, mas Orunmilá não pode vencer ao Elefante, pois este era muito mais forte que ele e por conta disso se separaram.
Orunmilá tomou o caminho de Ado, sem seu traje branco e o Elefante seguiu o caminho de Alo, vestindo o traje. No caminho, Orunmilá encontrou com um caçador que disse que andava a caça de um Elefante. Orunmilá lhe respondeu: “Acabo de ver um que vestia branco e que tomou o caminho de Alo”.
O caçador se dirigiu pelo caminho de Alo e ao ver o Elefante, o matou com suas flechas. Ele o abriu e dentro encontrou a vestimenta branca, depois lhe cortou a Leri (cabeça), o rabo e as presas e os levou para Orunmilá como presente.
Então Orunmilá com o rabo fez o Irofá e com a frontal da cabeça do Elefante fez o tabuleiro.
Nota: Desta forma nasceu o Opon Ifá, o Irofá, ferramentas religiosas dos sacerdotes de Ifá.
Ifá Ni L’Órun Otura Airá