BOROMÚ e BOROSIÁ são deidades de sua importância local, como muitas outras divindades que ao chegarem em terras americanas ganharam popularidade e se fizeram conhecidas em todo o conglomerado YORUBÁ aqui representado.
São de origem EGBADÓ, pois seu culto, apesar de hoje estar muito vinculado a ODUDUWÁ, originalmente se associava mais a YEWÁ e OLOKUN.
A associação com corpos desmembrados, decomposição anatômica e tudo mais que envolve essas deidades deve-se por conta da associação com os ORIXÁS YEWÁ e ODUDUWÁ.
ODUDUWÁ originalmente se entregava com BOROMÚ, mas não com BOROSIÁ, que veio depois. Há um PATAKI que explica que YEWÁ desmembrou BOROSIÁ, que é a “fêmea” (que alguns chamam dos IBEJIS de ODUDUWÁ), pois YEWÁ desejava esconder seus atos proibidos.
Recordemos a história da castidade de YEWÁ, vulnerada pela intervenção de XANGÔ. XANGÔ desvirtua a casta YEWÁ e esta é a razão de sua inclusão no mundo dos espíritos.
YEWÁ era uma deidade de grande culto em EGBADO, que hoje inclusive leva esse nome: YEWÁ.
Disso tudo se colige, pois não há fundamentos para pensar na presuma importância (pois, sabemos finalmente qual é a função) dessas duas deidades no mundo de IFÁ. São importantes, pois, vão junto com ODUDUWÁ.
Dizem que nascem no ODÚ de IFÁ OSHE MEJI e como OSHE MEJI tem uma relação a respeito de OFUN MEJI no tabuleiro, portanto é lógico que guardem ODUDUWÁ.
ODUDUWÁ é OFUN MEJI a grosso modo.
O modo de consagrar ambas deidades varia. Em IFÁ se carrega com todas as cargas. Tem 4 otás – o que significa que são ORIXÁ FUN FUN – ferramentas e elekes que alternam no caso de BOROMÚ verde e branco e no de BOROSIÁ rosa e branco (aí o vínculo com YEWÁ, que se associa com o rosa). O verde é por conta da associação com ODUDUWÁ. Alguns afirmam que não há elekes para eles por serem seres espirituais.
BOROMÚ come simbolicamente na consagração dos OMO OLOKUN a YEMANJÁ.
Alguns afirmam que BOROMÚ é filho de YEWÁ com XANGÔ
Ifá Ni L’Órun