A fama de ORUNMILÁ como adivinho havia se estendido por todas as terras. Só se escutavam elogios e histórias sobre o que ele podia fazer. Todos os comentários chegaram aos ouvidos de OBATALÁ, que cansado de escutá-los, quis comprovar por seus próprios olhos, se era certo tudo o que se dizia deste grande adivinho. Então mandou buscá-lo.
Enquanto isso, decidiu reunir todos os demais ORISHÁS para que estivessem presentes quando ORUNMILÁ chegasse.
Quero que me demonstre se é verdade tudo o que todo mundo está comentando sobre teus feitos. ORUNMILÁ respondeu: Eu humildemente cumpro com as orientações de OLÓFIN. Faço o que ele me ordena.
Então OBATALÁ lhe disse: Eu quero que você me demonstre seu poder secando o mar. ORUNMILÁ pensou um instante e lhe respondeu: Sim eu aceito, mas com a condição que o senhor cozinhe para mim, pois enquanto eu vou trabalhando, vou comendo. OBATALÁ lhe respondeu: Eu também aceito. Vou lhe preparar a comida.
ORUNMILÁ então lhe disse: Porém, a comida eu lhe darei para que o senhor cozinhe para mim. BABÁ aceitou. Então ORUNMILÁ pegou de sua bolsa cinco pedras e as deu para que ele as cozinhasse. Entregou-lhe também cinco abanadores para que ele avivasse sempre a chama.
ORUNMILÁ começou a tirar a água do mar com uma cuia e OBATALÁ acendeu uma fogueira para preparar a comida com as pedras que ORUNMILÁ lhe havia dado. Ao passar de algumas horas, BABÁ estava cansado de estar agachado mantendo acesa a chama para poder cozinhar as pedras que ORUNMILÁ havia lhe pedido. Assim decidiu dizer a ORUNMILÁ:
“É impossível preparar a comida. Estas pedras não amolecem”. ORUNMILÁ que estava esperando este momento disse a OBATALÁ:
“Também é impossível secar o mar BABÁ”.
OBATALÁ respondeu:
To Eban Eshu
NOTA: Esta história nos ensina como em alguns momentos nos empenhamos em pedir coisas que sabemos que são impossíveis, inclusive para os nossos ORISHÁS.
Maferefun ORUNMILÁ todos os dias!
Ifá Ni L’Órun