OLÓFIN ou OLÓFI é a terceira manifestação de OLODUNMARÉ, do Yorubá ÒLOFIN (dono do palácio). Seu palácio é o céu e sua corte real os ORIXÁS. É ele que está em contato direto como os homens através dos ORIXÁS, é ele quem os dirige e supervisiona seus trabalhos. Nada se consegue sem sua mediação. Vive retirado e poucas vezes baixa ao mundo como energia.
OLÓFIN é quem repartiu o AXÉ a cada ORIXÁ (sua relação com as energias da natureza) e tem os segredos da criação. OLÓFIN permitiu que ORUNMILÁ baixasse à Terra como profeta utilizando todos os ORIXÁS e para prevenir da morte apoia os homens em OZUN. Os BABALAWÓS o recebem em IFÁ. Aquele que tenha o seu assentamento, não pode fazer nada sem antes atendê-lo. Seu AXÉ e contato direto com os homens estão reservados a poucos sacerdotes.
OLÓFIN, este vocábulo que começa com a sílaba ÒLÓ que significa extensão, expansão e conclui com a sílaba FIN, que quer dizer “pinta”, “mancha” dentro da imensa extensão ou espaço desse mundo. É por isso que OLÓFIN é o primeiro responsável, ante OLODUMARÉ por todas as cabeças e coisas que existem nesse mundo e com poder sobre os outros ORIXÁS ou deidades já conhecidas de nossa religião como, por exemplo: ODUDUWÁ, OLOKUN, ORISHAOKO e YEWÁ.
OLÓFIN é a cabeça direta de todas as coisas que estão em relação direta com OLODUNMARÉ sobre a face da Terra. É por isso que todos os ORIXÁS têm que contar com a aprovação de OLÓFIN para a realização de todas as coisas e atos da vida.
A imagem ou secretos consagrados a OLÓFIN só podem ter um OMOCOLAGBA, OLUWÓS que regem em ORUNMILÁ, OGBÁ que é o signo pelo qual está conceituado como OMOCOLAGBA. Essa pessoa necessita saber todos os segredos e preparar-se devidamente em ORIXÁ e depois passar pelo mesmo processo em ORUNMILÁ e então seria quando dita pessoa viria a ser um verdadeiro OMOCOLAGBA.
Pode ter OLÓFIN aquele OLUWÓ que dentre todos os BABALAWÓS seja ele o maior em ORUNMILÁ. Então nas mãos desse OLUWÓ estará OLÓFIN e levará o adjetivo de OGBÁ no seio dos OLUWÓS e os OLO-OSHAS (Omo Orixá) também. Os ONI XANGÔ são mais aptos e solicitados a exercerem as funções de OMOCOLAGBA. Nenhum ORIXÁ pode substituir OLÓFIN em suas funções ante OLODUNMARÉ neste mundo.
Pataki de OLÓFIN:
Quando o mundo só estava habitado pelos ORIXÁS e os homens criados por ODUDUWÁ e OBATALÁ, estes viajavam do céu para a Terra sem nenhum obstáculo. Um dia um casal subiu ao Palácio de OLÓFIN e pediu-lhe o AXÉ para a procriação. Depois de muito pensar, o criador consentiu, mas com uma condição, de que o filho não transpassasse os limites do LAYÉ (Terra). O casal esteve de acordo e assim aceitou.
Meses depois nasceu o filho. Ele foi crescendo aos olhos da vigilância dos pais que toleravam todas as suas malcriações. Um dia as escondidas ele atravessou o espaço e chegou ao ORÚN, o céu. Ali zombou dos ORIXÁS, fez todo tipo de travessuras e faltou como o respeito com quem o repreendia. OLÓFIN que observava o que acontecia, tomou seu bastão e o lançou com tanta força que ORÚN se separou de LAYÉ pela atmosfera que se estendeu dentre os dois. Desde esse dia os homens perderam a possibilidade de subir ao Palácio do Criador.
Ifá Ni L’Órun