Este vocábulo Yorubá significa na regra geral: FAZER SACRIFÍCIO. Dele se derivam as seguintes palavras: EBÓ GÜONÚ, EBÓ YURÉ, EBÓ FÍ, EBÓ ODÁ, ORUBÓ, EBÓ KEÚN, ODÚ KEÚN.
EBÓ GÜONÚ, quer dizer que chegue ao outro mundo, isto é, quando se dá a qualquer Orishá, no Igbá ou de qualquer outra forma, um animal de quatro patas. Aos três dias de haver feito o sacrifício do animal, se faz o ITÁ, isto é, EBÓ GUONÓ.
EBÓ YURÉ, ao qual todos dizem EBÓ SHURÉ, é quando se faz de tudo num só dia, no ato, isto pode ser desde um simples frango com todos seus ingredientes, até um ou vários animais de quatro patas. Quando se faz dessa forma, não se faz ITÁ, por isso leva o qualificativo de EBÓ YURÉ.
Este Ebó se faz a vista de todos e quando se acaba de sacrificar o último animal ou ave, se dá o OBI (coco) aos Orishás correspondentes e dessa maneira eles falarão por meio dos cocos. Ao mencionar o animal de quatro patas, não queremos dizer que todos os EBÓS YURÉ levem esses animais, porque às vezes leva unicamente os outros bichos que se dá a esse Orishá, não necessariamente o bicho de quatro patas.
O EBÓ YURÉ pode estar acompanhado também de um tambor (BATÁ), também se podem colocar frutas ao Orishá. O EBÓ dos três meses e o Ebó que se faz em um só dia, leve o que leve, é um EBÓ YURÉ.
EBÓ FÍ, esta palavra diz que se fará o que se tem feito, um pouco que seja.
EBÓ DÁ, esta palavra diz que o que se está fazendo está bem desde que seja para o bem.
EBÓ FÍ, EBÓ ADÁ OU EBÓ DÁ, quer dizer que o pouco que se está fazendo é para o bem. A este Ebó também se chama EBÓ KEÚN, que quer dizer, pedacinho.
ORUBÓ, basta acionar, rezar ou falar ao Orishá ao qual se está mencionando o ORUBÓ, EBÓ KEÚN, ODÚ KEÚN, quando em um ano se faz várias vezes esses Ebós já mencionados, como EBÓ GÜONÚ e YURÉ.
Quando falamos sobre o EBÓ YURÉ, disse quando se dá o sacrifício ao Orishá e a este lhe dá OBI (coco), é para saber se recebeu ou não o que se lhe foi dado, ou acabou de dar, isto quer dizer: que um ITÁ ou um registro sinala unicamente para saber se está conforme com o que se acaba de dar.
Não se pode fazer um ITÁ antes dos três dias a contar da data em que se fez o sacrifício ao Orishá, pois este é o primeiro dia que ele recebeu a oferenda e também OROIÑA, que é a entranha da Terra, assim como o ar, que espalha o fluído espiritual deste pelo espaço.
Ele não chega a Ará Onú (terra dos espíritos) antes dos três dias, até que os sinais que se colocam ao Orishá não se corrompam, assim desta maneira se sabe que nossos maiores de outro mundo, estão autorizados por meio do Ashé que põem na boca dos IWORÓS (adeptos da religião) e ORIATÉS, para que com esse Ashé eles possam dizer as pessoas que estão fazendo o Ebó, o caminho a seguir nessa vida, através dos conselhos.
É por essa razão que não se pode fazer ITÁ nem antes nem depois dos três dias, porque onde se ofereça pela manhã e se faça o ITÁ pela tarde ou ao outro dia, já é um registro como outro qualquer, porque este Ebó não chegou a Ará Onú para que Olófin dite ou sentencie de acordo com o que a pessoa tem feito de bom ou mau nesse mundo.
Quando o EBÓ GÜONÚ não é feito dessa forma, se está enganando ao neófito e ao adepto da religião e desse modo se está fazendo algo sujo, porque mais cedo ou mais tarde esses feitos de maldade ou de ambição trarão suas consequências.
Ifá Ni L’Órun