Patakin:
Shangó era comerciante e quanto chegou a sua terra, viu que Olófin (Deus) estava triste e mudo. Não havia ninguém que lhe fizesse falar e estava enclausurado em seu Ibo Bororo (sua grande floresta). Shangó ao ver isto disse aos Orishás que ele tinha um meio de por Olófin contente de novo e pegou de “Ago” um pacote de quatro cores que ao desembrulhá-lo, do seu interior saiu um lindo “loro” (papagaio) que disse: Abde agua foja ade ai Olófin (de todos os filhos, eu sou o que vejo a coroa de Olófin).
Olófin ao ouvir o loro disse: “mas ele fala” e começou a rir. Pegou o loro e o colocou em sua cabeça muito contente. Olófin voltou a ser feliz, mas todos os orishás ao verem que Shangó, por haver devolvido a alegria a Olófin, era de sua confiança, ficaram chateados e decidiram atentar contra Olófin.
Um dia encapuzaram o loro e o levaram ao centro da floresta. Quando Olófin notou a ausência da ave, voltou a cair em sua tristeza e a não falar com ninguém. Shangó ao ver que o loro havia desaparecido, foi em sua busca encontrando-o em poucos dias faminto e encapuzado e lhe perguntou: Quem te pôs assim? E ele respondeu: Não sei, todos são traidores e o loro Otoku. Shangó foi a ver Orunmilá e ele lhe fez um osode (jogo) onde deu a Shangó um loro ao qual lhe soprou o seu ashé e Shangó o levou para Olófin, voltando esse a ser feliz. Olófin mandou a chamar todos os orishás e lhes disse: Para cada um de vocês determino que respeitem ao loro desde hoje tenham seus “juju” (penas) em suas coroas. To Iban Eshu.
Oluwó Siwajú Evandro Otura Airá Ifá Ni L’Órun