Na religião YORUBÁ, YEWÁ é um Orixá que expressa divindade.
Essa deidade é dona e encarregada da transmutação da vida material para a vida espiritual e está fortemente vinculada a essa transmutação. Embora YEWÁ seja um Orixá das terras YORUBÁS, seus ritos eram realizados no reino de DAHOMEY que quer dizer, um antigo Estado africano que se distinguiu por ter uma tropa de mulheres que funcionavam como soldados. Depois o Culto a YEWÁ mudou para EGBADÓ, já em território YORUBÁ.
Vive entre a vida material e a vida espiritual, na transição das mesmas e é encarregada de transladar o EGUN (espírito) que são as almas de OYÁ, isso quer dizer, levar os espíritos de nossos ancestrais até sua nova morada.
Seu nome significa em YORUBÁ: YEYÉ – Mãe, AWÁ – Nossa.
É um Orixá que personifica a solidão, a limitação das emoções, a pureza feminina, a virgindade, tudo que ainda não foi tocado pela mão do homem e a infecundidade. É a patrona do translado entre a vida e a morte. Esta deidade é venerada especialmente nas casas de Santiago de Cuba (Província Cubana Oriental), onde seus filhos são vistos como grandes adivinhos e se preservam dentro das regras desse Orixá. Não é recomendável que se desnude em sua frente, tampouco pode haver brigas ou discussões, atuar com violência ou aspereza, nem mesmo devem levantar a voz.
A Orixá YEWÁ é atribuído uma grande sabedoria. O animal que atua como seu mensageiro é a coruja.
A YEWÁ só devemos lhe fazer oferendas à noite quando ela assim solicita, assim como também seus ritos devem ser efetuados à noite. No caso de não lhe fazer oferendas, se coloca em sua frente um prato que contenha sete pedaços de coco.
As pessoas que veneram YEWÁ a colocam no alto sobre um altar que está adornado com uma linda cortina e com nove fitas de distintas cores que devem medir mais ou menos de 7 a 8 cm de largura. Além disso, tem como adorno 2 Irukes (rabos de cavalo) brancos que serão usados em determinadas situações. Possui leques de tom rosa com penas de coruja.
Quando YEWÁ incorpora os homens devem virar de costas até que ela lave seu rosto, que é o momento onde retira o véu que está cobrindo sua face. YEWÁ é considerada a guardiã da virgindade, de tudo que ainda não foi tocado pelas mãos do homem. É casta e proíbe seus filhos de comercializarem no aspecto carnal.
Seu número é 11 e seus múltiplos. A cor que a simboliza é o tom rosa.
Como é seu ILEKE (fio de contas)?
Os ILEKES se referem a fios de conta que têm a função de representar o ORIXÁ e este leva as cores simbólicas de cada uma das entidades, tudo depende do ORIXÁ. Eles variam de acordo com os tons e desenhos, porém seu objetivo fundamental é estar conectado com a religião e seu significado, que cada ILEKE possui.
Ao nos referirmos a fios de conta específicos da deidade YEWÁ, este está desenhado com cores e tonalidades rosa e vermelho. Este fio de contas é simples e o número que o representa é o 11 e algumas vezes o 4.
DESCENDÊNCIA DE YEWÁ
Esta deidade é filha de OBATALÁ e ODUDUWÁ, é irmã de OYÁ e ÓBBA NANI, fiel companheira de BABALU AYÉ.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE YEWÁ
Os filhos dessa deidade contam com uma característica que os distingue por seu dom de mandar. As mulheres têm a particularidade de se exigirem de si mesmas, assim como as que estão a seu redor. Tem uma moral intacta, não lhes agrada nem buscam relações onde não exista seriedade. Geralmente possuem dons mediúnicos e clarividência que se deve a conexão que há entre seu ORIXÁ que o tutela e o mundo espiritual.
PRESENTES QUE SE OFERECEM A YEWÁ
O alimento que se é de costume oferecer para YEWÁ é um peixe fresco adornado com rodelas de tomates, bolas de farinha com peixe e bolas de farinha com amendoins moídos sempre na numeração 11. Igualmente se deve consagrar com animais novos, fêmeas, como cabritas, pombas e galinhas d’angola. A YEWÁ também se pode oferecer manjericão santo, tamarindo, uvas, uma erva conhecida como poaia branca ou poaia do campo e com flores da árvore flamboyant, gerânios, crisântemos, cânfora e losna brava.
As oferendas que se dão a YEWÁ devem ser apresentadas dentro de um cesto que geralmente está coberto com tecidos finos e bonitos da cor rosa e vermelho. Este cesto deve ser colocado em um trono feito para ela e fechado com uma cortina de tecidos de suas cores.
YEWÁ é a ORIXÁ das águas e também conhecida como batalhadora, forte e valente. Suas roupas são de cor rosa e vermelho vinho, em sua mão leva uma faca e seu pescoço é adornado com um colar de tecido rosa com palha e decorado com búzios.
YEWÁ é uma das mais lindas ORIXÁS do panteão YORUBÁ. No lugar onde se vai receber YEWÁ deve-se ter um espaço onde devem estar acesas 11 velas. O Padrinho BABALAWÓ mojugbará OSHE BILE de EGUN e os símbolos MEJI.
É de suma importância ressaltar que este ORIXÁ não gosta de atos de hostilidade. Antes de qualquer cerimônia a este ORIXÁ é necessário lavar as mãos e rosto com leite de cabra, que simboliza a pureza. Seu sacrifício só será aceito se for executado por BABALAWÓS e separadamente de outros ORIXÁS.
Sua saudação é: EKPUÁ YEWÁ! MAFEREFUN YEWÁ!
Ifá Ni L’Órun