EGUN – A VIDA APÓS A MORTE

As reverências e o respeito aos ancestrais e antepassados falecidos são uma das tantas bases firmes que existem dentro da religião de origem africana.

A importância à reverência aos ancestrais dentro de nossa cultura está baseada na crença de que os mesmos se convertiam em seres espirituais de grande poder ou não, de acordo com sua passagem pela terra e, todavia, estão interessados nos assuntos de seus parentes vivos. O culto dos ancestrais é comum, ainda que não universal.

Em geral, se acredita que os ancestrais manejam com grande autoridade e tem poderes especiais para influenciar no curso dos acontecimentos ou controlar o bem-estar de seus parentes vivos. A proteção da família é uma de suas preocupações. Eles são considerados intermediários entre o Deus supremo ou deuses e as pessoas.

Mediante o culto aos ancestrais há certas características lineares dominantes que seguem recorrendo através de nascimentos e assim asseguram a continuidade da existência vital da família ou clã. Dentro da liturgia YORUBÁ se realizam diferentes tipos de oferecimentos e invocações para receber essas características e adquirir, mediante elas, determinadas faculdades que nos sãos necessárias para enfrentar os problemas existenciais.

Os yorubás acreditam que um falecido pode ser visto através de sonhos, transes e possuem o poder de transmitir informações valiosas dando instruções sobre assuntos pelos quais a família pode estar enfrentando.

Podem também enviar mensagens através do oráculo de IFÁ e do MERINDILOGUN, ordenando por assuntos decisivos que envolve a continuidade e sobrevivência de tal linhagem familiar.

Com objetivo de manter a saúde espiritual, física, emocional, que nos proporciona firmeza para cumprir nosso destino, diferentes indivíduos se comunicam com seu ancestrais dentro de uma determinada família biológica e espiritual.

Na religião Yorubá se aprecia um grande respeito pela morte.

E por este motivo existem divindades que estão associadas aos mortos tendo esses espíritos falecidos um grande papel nas cerimônias religiosas voltadas a essas divindades.

Por exemplo, OYÁ, YEWÁ e ÓBA formam a trilogia das divindades que habitam tanto no mundo dos vivos quanto no mundo dos mortos, as máscaras contidas em alguns receptáculos dessas divindades caracterizam o poder que as mesmas possuem de transcender a morte.

IKÚ é a representação clássica da morte e EGUN é o nome que se dá aos ancestrais falecidos.

Nesse sentido, IKÚ é o fim da vida física, o tempo limite de cada um no mundo físico, enquanto que EGUN é a eternidade, pois, a morte finaliza a vida, mas não as lembranças. Por esta razão adoramos os ancestrais em busca de longevidade, pois conhecem os dois caminhos, o da vida e o da morte.

Teu EGUN é uma parte fundamental em quem tu eres e de onde vens.

Quando saudamos teu EGUN estás declarando quem eres em uma forma direta por declarar de onde vens.

Maferefun EGUN!

Ibaye, baye tonu (Que descanse em paz)

Ibaye tonu, Bogbo Oluwó (todos os mestres Babalawós falecidos)

Ibaye tonu, Yá Tobi (mãe falecida)

Ibaye tonu Babá Tobi (pai falecido)

Ibayaye tonu bogbo Egun (todos os mortos).

Ifá Ni L’Órun

Ifá Ni L’Órun