No início do século XIX chegou como escravo em Cuba um negro Yorubá chamado ANAN BI, a quem em Cuba conheceram pelo nome de ÑO JUAN “o manco”. Diziam que em sua terra era Babalawó, OLOSAIN e ONI-ILÚ.
Em pouco tempo de chegada em Cuba e logo após ser levado para trabalhar em um engenho, uma charrete carregada de cana de açúcar o fraturou uma das pernas e foi transportado para um barracão médico de escravos em Regla (Havana).
Então ouviu com emoção os toques religiosos da música Yorubá que ainda não havia ouvido antes em Cuba e encontrou outro velho escravo Yorubá como ele chamado ATANDÁ, ou seja, ÑO FILOMENO GARCIA, a quem ele já havia tratado na África como OLÚBATÁ.
Foram ambos ao citado CABILDO e souberam que os tambores que ali se tocavam não eram ortodoxos, eram pagãos e não havia em Cuba nenhum JOGO de ILÚ que fosse de fundamento. Então em meados de 1830, o ONILÚ africano ANAN BI entrou em acordo com ATANDÁ, que era AGBÉGUI, ou seja, escultor na África e em Cuba teve também reputação pelos santos que ele talhava, os quais são lembrados como “muito bonitos”.
ATANDÁ também sabia construir tambores e ambos amigos fabricaram um JOGO de BATÁ SAGRADO e com todo ritual os juraram e os batizaram com o nome de ANAN BI, quer dizer, “Nascido de ANAN”. Estes BATÁ de ANAN BI e ATANDÁ, que já são tambores centenários, passaram por herança a um grande tamboreiro chamado ANDRÉS ROCHE, que por seus méritos musicais ficou conhecido por ANDRÉS SUBLIME e ao morrer este os deixou de herança a seu filho, PABLO ROCHE chamado em seu meio de OKILÁKPUÁ, que hoje é um dos mais famosos OLÚBATÁ de Cuba.
Hoje me dia esses tambores estão sob custódia de seu descendente consanguíneo JUANITO IRETE MEJI, grande personagem e grande maestro de IFÁ.
E assim se deu a preservação dos TAMBORES YORUBÁ ILÚ BATÁ até os dias de hoje com todos os seus fundamentos e juramentos.
Ifá Ni L’Órun