OYÁ é a intensidade dos sentimentos lúgubres e o mundo espiritual. Está muito relacionada com IKÚ, a divindade da morte. Propicia os temporais, os ventos fortes ou furacões e os relâmpagos. Simboliza o caráter violento e impetuoso. Tem poder sobres os EGUNS (espíritos). Na natureza também é simbolizada pelos relâmpagos. Junto com ELEGBARA, ORUNMILÁ e OBATALÁ domina os quatro ventos. É invocada com o som da fava flamboyant. Representa a reencarnação dos ancestrais, a falta de memória e o sentimento de pesar na mulher.
OYÁ representa o ar puro (AFEFÉ). É um dos cinco elementos fundamentais para a vida. Ela é quem recebe primeiro os pedidos para OLÓFIN e ORUNMILÁ, como se fosse a “secretária” deles. É caçadora muito hábil, caça juntamente com ODÉ e OXÓSSI, é doce e brava ao mesmo tempo. Foi casada com OGUN. Teve um filho com ele chamado ARONA. Viveu com OXÓSSI e teve uma filha. Viveu com OLOKUN e teve dois filhos que se chamaram EXÚ ALAKETU e ANANKI OLOKUN. Viveu com XANGÔ e com este criou os IBEJIS chamados TAEWÓ e KAINDÉ.
A bandeira, as saias e os panos de OYÁ levam uma combinação de todas as cores, exceto o negro.
É a ORIXÁ que compõe um dos cinco elementos fundamentais do rio NÍGER (Nigéria – África), antigamente chamado de rio OYÁ, por seus (9) nove afluentes, nascido em IRÁ.
Amante da guerra, combatia junto a OGUN e XANGÔ nas guerras que estes realizavam. Acompanhou XANGÔ quando este deixou OYÓ e foi nomeada rainha de KOSÓ por ele. Seu culto é do território TAKUÁ, KOSÓ e OYÓ (atual NIGÉRIA). Seu nome provém do YORUBÁ OYÁ (OLÓ-dona, OYÁ-escuridão), também conhecida como YANSAN do YORUBÁ IYAMSÁ (IYÁ-mãe, OMÓ-filhos, MESÁ-nove). Os filhos de YEMANJÁ e XANGÔ não a recebem durante o SOGDÓ ORIXÁ ou KARIOSHA (consagração em ORIXÁ) e quando é consagrada como ORIXÁ TUTELAR seus filhos devem receber YEMANJÁ com um ritual especial. Seu número é 9 e seus múltiplos, devido ser mãe dos nove e devido ao vento nascer no ODÚ IFÁ OSÁ MEJI. Sua cor é o vermelho vinho, marrom, o carmelita e nove cores, exceto o negro. Sua saudação é EKPUÁ HEY YANSAN, EKPUÁ HEY OYÁ.
OYÁ tem uma irmã menor chamada AYAÓ que é filha de BOROMU (BROMU) e BOROSIÁ (BRONSIÁ). Tem outra irmã chamada AYALAKETÚ que vive na transição entre a vida e a morte.
OYÁ é comerciante, dona da “praça”, aprendeu o complexo do comércio, das cidades e dos povos com ÓBA NANI.
OYÁ é filha de OYÉ e AFABILÉ, este último é caminho de OBATALÁ. A criou BABÁ AFABILÉ, que é um OBATALÁ muito velho que já não se consagra mais. Vive na atmosfera, mantendo o ar puro para a vida dos homens por mandado de OLÓFIN (DEUS). Os Arará os chamam de ADANE KURENEN.
OYÁ é a verdadeira dona dos OGUE, os quais entregou a XANGÔ em sinal de aliança. Seu OGUE se monta com chifres de Eure (cabra) de sua consagração e do Ounkó de ELEGBARA.
OYÁ deixou de receber ABÓ (carneiro) como sacrifício no ODÚ de IFÁ OSÁ KULEYÁ para salvar seus filhos IBEJIS, por isso, os filhos de OYÁ não comem ABÓ. OYÁ se uniu indissoluvelmente a OXUM no ODÚ de IFÁ OKANA SODE, onde se diz que não há OYÁ sem OXUM e nem OXUM sem OYÁ, OYÁ TONTI OXUM, OXUM TONTI OYÁ.
Tem cerimoniais especiais em que come ABÓ junto com XANGÔ e ORO no ODÚ de IFÁ OSÁ BARA e OBARA SÁ para salvar ou dar vida a seus filhos. É um ORIXÁ que não pode faltar para os BABALAWÓS, pois ela é importante no Culto a IFÁ e aos ORIXÁS ORO e OSSAIN.
A OYÁ também se dá o nome de ADELAYÉ. Ela extermina com fogo a todos os inimigos. É conhecida também com o nome de ORIXÁ BONIBATÁ. Tem um Guardião que é um velho chamado LAJIGBÓ.
OROLÉ
Esta é a máscara de OYÁ. Representa um espírito desse nome que é a representação do ORIXÁ ORO na terra de IWORO. É o ORIXÁ tutelar de OYÁ e quem a deu foi ASHIKUELÚ.
É a soberana dos ventos, dos redemoinhos, das portas dos cemitérios.
Relâmpagos, ventos e tempestades são os três domínios de OYÁ YANSAN. Quando está calma é cuidadosa, carinhosa, doce e preocupada. Mas quando está furiosa é desenfreada, pois tem os atributos de guerra de OGUN e XANGÔ. Se se encher de sentimentos assim, é como o furacão e o tornado, se converte em um redemoinho de fúrias e o que provoca tudo isso é a falta de respeito. Como os temporais e tempestades, OYÁ tende a ser violenta e impetuosa.
Quando algo ocorre ou quando alguém nasce ou morre, é a primeira a inteirar-se, comunicando-se de imediato com o ORIXÁ por meio dos ventos. Sendo assim, o vento (AFEFÉ) é seu mensageiro. Por isso, para OYÁ se fazem pedidos por saúde dos enfermos. Assim mesmo por ser OYÁ a morte em pessoa, nas cerimônias fúnebres se solicita a uma de suas filhas para que dança no tambor.
OYÁ foi quem beijou BABALU AYÉ pela primeira vez.
Normalmente sua sopeira é seca, em alguns casos com água de rio e outros só se respinga um pouco de água de rio em seus OTÁS.
Danças: quando OYÁ dança, maneja seu IRUKE para limpar as más influências do ar. Sua dança é muito frenética e muito rápida. Ás vezes ela carrega uma tocha acesa em sua mão direita, fazendo círculos ferozes enquanto gira para a esquerda.
Quando o YAWÓ de OYÁ cumprir um ano, prepara-se os OGUE de OYÁ com os chifres do OUNKÓ de ELEGBARA e se entrega a ele.
IRUKE de OYÁ: este se chama AFISA BABA AWENIKU leva carga na empunhadura para que tenha o poder de afastar a enfermidade.
Aos filhos de OYÁ é conveniente, se são homens, que entrem ao IGBODÚN ORIXÁ no juramento de ORO LOLA.
ADANEN KURUNEN, este é VODUN equivalente ao DAHOMEANO de OYÁ, este nome significa corajosa. Tem entre os ARARÁS uma grande relação com os espíritos. ADANEN KURUNEN tem a ver com a crosta terrestre, é a mãe de ELEGBÁ, repousa ao pé da mata de coralitos ou erva dos carpinteiros.
Maferefun OYÁ YANSAN todos os dias!
EKPUÁ HEY OYÁ, EKPUÁ HEY YANSAN!
Ifá Ni L’Órun