Quando começou o Mundo, NANÁ acompanhava ODUDUWÁ e criou o Panteão YORUBÁ, quer dizer, é conhecida desde o início do Mundo por sua criatividade e poder. Tem uma má vontade com OGUN, já que este abusou dela que o criou. Não quis agradecer a ele nem o favor do sacrifício feito para ela com o OGBÉ de ferro de OGUN; para ela se sacrifica com o OGBÉ feito de cana brava (bambú).
Pertence a família de ODUDUWÁ e OLOKUN, vive ao mesmo tempo debaixo d’água e na terra, ela recebe o qualitativo de YÁ OMI OÑI, mãe das águas doces e esta é a razão pela qual muitos IWORÓS (religiosos) se confunde e dizem que OXUM é a mãe das águas doces.
Na realidade OXUM é a dona das águas doces e NANÁ BURUKU é a mãe, a que as criou. NANÁ é a verdadeira mãe de YALODÉ.
NANÁ foi tão misteriosa e secreta que os YORUBÁS se deram conta que este ORIXÁ era tão antigo como o próprio tempo e que veio da terra ARARÁ (DAHOMEY), terra de AZOWANO. Por esse motivo, certas cerimônias se parecem muito com as de AZOWANO.
A palavra NANÁ significa nascimento, BURUKU, da lua. A que ilumina a Terra nas noites e faz com que elas sejam menos sombrias e tenebrosas para os seres humanos. Através desse astro ela dá luz aos seus filhos, para que nunca percam a luz da vida que aporta. Mediante a Lua, ela se manifesta.
Os ODÚS do MERINDILOGUN onde NANA BURUKU se manifesta:
10-10, 14-14, 1-10, 1-14.
Os ODÚS de IFÁ onde NANÁ BURUKU se manifesta são:
Isalayé: OYEKUN PITI, IRETE SUKA, OGUNDA SHE, OGUNDA ROSO, OTURA ROSO, IRETE KALU, OFUN TEMPOLA, entre outros.
NANÁ BURUKU
É um ORIXÁ maior dos descendentes do povo ARARÁ. Deidade misteriosa que pertence a casta de OLOKUN, companheira de ODUDUWÁ. Quando se criou o mundo ela estava iluminando as noites, fazendo com que estas fossem menos sombrias e tenebrosas junto a AGANJÚ, quem iluminava o dia. NANÁ vive embaixo d’água e ao mesmo tempo na terra, porém é conhecida como MÃE DAS ÁGUAS, LAGOAS, RIOS, NASCENTES, REPRESAS, POÇOS, enfim, MÃE DA ÁGUA DOCE.
De fato, os filhos do prestigioso BABALAWÓ DON RAMÓN FEBLES, MIGUEL e PANCHITO, foram enviados por seu pai para buscar os segredos desse ORIXÁ, com uma anciã em MATANZAS chamada BANGOSHÉ, já que o seu culto estava morrendo e estava se perdendo. Dom MIGUEL e PANCHITO FEBLES cumpriram sua missão com êxito.
Esta ORIXÁ legendária, cujas cerimônias e mistérios são muito pouco conhecidos, cuida de seus filhos e de sua criação, se manifesta e permite que seus filhos a adoram e rendem culto a ela.
Na REGRA ARARÁ (DAHOMEY) é esposa de BABALU AYÉ. NANÚ é mãe de todos os BABALU AYÉS (AZOWANO) e muitas vezes, devido a proximidade dos nomes, NANÁ é confundida como mãe deles. É deidade misteriosa que vive na forma de serpente nos rios, mananciais e plantações de bambu. É venerada nos lugares onde há água doce da qual ela é dona e senhora. Em alguns lugares é invocada nas nascentes, poços e lagoas e onde os rios desembocam.
Inclusive há uma cerimônia especial que se realiza em determinados sábados junto aos poços.
O Culto de origem YORUBÁ a considera avó de todos os OBATALÁS. Está relacionada com os ORIXÁS que tem ligação com os EGUNS.
Não suporta o ORIXÁ OGUN por conta da falta de respeito que teve com ela, que o criou. Em suas cerimônias não se usam facas de metal e sim de cana brava (bambu), porque nem mesmo esse favor ela quer dele. Seus sacrifícios são feitos de maneira diferente dos outros ORIXÁS. Nos conta DON NICOLÁS ANGARICA que quando haviam africanos em CUBA, eles conheciam ervas (EWÉ) específicas dela.
Seus caminhos são:
Naná Burukú Ajesún, Naná Burukú Ilegboná, Naná Burukú Adjaosí, Naná Mahi, Naná Yaba, Naná Burukú Molú, Naná Burukú Alagba, Naná Burukú Narewá, Naná Burukú Nakelé, Naná Burukú Suaré, Naná Burukú Ajapa, Naná Burukú Ogbaya, Naná Delé, Naná Miremi, Naná Nunselé, Naná Inie, Naná Bini, Naná Burukú Atsoko, Naná Kpahan, Naná Hondo, Naná Seli y Naná Intilé.
Características dos OMO NANÁ BURUKU:
Sempre parecem agir com calma, dignidade e benevolência. São muito equilibrados, ainda que para tomar decisões levam bastante tempo, com frequência as tomam com justiça e sabedoria.
Adoram crianças e as vezes não lhes dá educação necessária. Seu dia é comemorado no dia 26 de julho.
Maferefun NANÁ BURUKU
Ifá Ni L’Órun