História
Estes ORIXÁS nasceram em TAKUÁ, antigo Império OYÓ.
ABATA é mais velha que INLÉ, pois quando este nasceu ela era jovem. A terra onde nasceram se chamava EGUNGUN porque estava rodeada de pântanos e nunca se sabia nada do que nela penetravam.
Esta terra era protegida por uma grande serpente azul com muitas pintas douradas e negras e dois chifres chamada ADAMO e tinha pacto com OXUMARÉ para cuidar de INLÉ e ABATA e toda sua família.
A história que narraremos tem a ver com a chegada de INLÉ a CUBA. Segundo as histórias, quem trouxe INLÉ para CUBA e seu sistema de adoração foi uma africana de origem EGBADO que se tornou escrava chamada AGAOSI, porém conhecida por todos como VIVIANA INLÉ ou MA VIVIANA INLÉ.
Ela entregou INLÉ para vários Babalorixás e Yalorixás entre eles a ÑA MATILDE SAYAS, a LUISA ELIZAGARATE (SHANGÓ DINA) em 1889, a ÑA MONSERRATE (OBATERO) e a mais famosa das YALORIXÁS da região de MATANZAS, FERMINA GÓMEZ (OSHA BI) que o estendeu por todo a província de MATANZAS.
Segundo a história, em 1903 MA VIVIANA se sentiu muito doente e como sua afilhada OMO INLÉ que a apelidaram de “LA ZUMBAO” havia falecido em 1889 e como ela cuidava de seus segredos, e por não encontrar nenhum OMO INLÉ, os colocou num poço que existe atualmente na região de MATANZAS CUBA, e aos princípios dos séculos XX as pessoas religiosas iam buscar água para as consagrações de INLÉ e de outros ORIXÁS em geral.
Mais sobre INLÉ
Precisamente por ser INLÉ e ABATA dois e às vezes um só, é que se diz que ele é andrógino, pois seus sexos se confundem. Este ORIXÁ é muito trabalhador. Seu símbolo é um cajado com duas serpentes enroscadas.
Há uma citação do ODÚ de IFÁ OGUNDA KETE que diz:
“ABATA OTA AKETE IYEBIYE EI ENI OPA KABA ODO ITAN.”
Significa: ABATA, a do chapéu de pedras preciosas, bastão de teus filhos no caminho do pântano.
Segundo os ODÚS de IFÁ tanto INLÉ quanto ABATA nascem no ODÚ de IFÁ OKANA SODE (OKANA OGBE).
Existem outros ODÚS de IFÁ onde INLÉ está a presente, como é o caso de OSHÉ PAURE (OSHÉ IWORI). Nesse ODÚ há uma história onde INLÉ com seu filho LOGUN EDÉ foram buscar um peixe que precisavam para curar o rei dessa terra de uma grave doença e conheceram OBALUAYÉ (AZOWANO ou BABALU AYÉ) que juntos curaram o rei.
Em OGBE YONO (OGBE OGUNDA), ORI encomendou a INLÉ e ABATA que seriam os pais de ajuda nas tribulações do ser humano em seus passos na vida.
Outro ODÚ onde INLÉ está presente é o ODÚ de IFÁ OSHE IKA. Nesse ODÚ é onde se unem as terras de INLÉ (AKARAKANEYE) e as de OXUM (IYESE MODE).
Em MERINDILOGUN (búzios) INLÉ e ABATA falam fortemente nos ODÚS ODI TONTI OSHE (7-5) e em OSHE TONTI ODI (5-7), ainda que qualquer religioso que tenha em seu ODÚ de OSHA ALAGBATORI (Orixá de cabeça) o ODÚ OSHE (5) ou ODI (7), deve receber INLÉ, assim como qualquer pessoa que tenha os ODÚS de OSHA ALAGBATORI (Orixá de cabeça) EYOUNLE TONTI EYOUNLE (8-8) ou OFUN MAFUN (10-10).
Também é imprescindível receber INLÉ antes de fazer santo os OMO OXÓSSI, pois na hora de tocar a porta do quarto, os OMO OXÓSSI não podem fazer sem ABATA, além do que o AXÉ (ADOXO) se faz com a pedra (OTA) de ABATA, que foi a “parteira” de INLÉ e OXÓSSI, diferente dos demais ORIXÁS que a “parteira” foi OKE IYA BI OMO, por isso os demais AXÉS se preparam com a pedra de OKE.
INLÉ é considerado o “médico” da religião porque protege todas as doenças que o ser humano pode adquirir.
Além do que ele ajuda também em questões de justiça, já que ele age como um “fiscal”.
Não obstante, considera-se que todos os religiosos devem receber esse ORIXÁ, pois o mesmo traz paz e estabilidade na casa e livra todos das traições.
Maferefun INLÉ ABATA
Ifá Ni L’Órun