Mais de trezentas pessoas, entre elas BABALAWÓS, BABALORISHÁS, YALORISHÁS, AWÓ FAKANS, APETEBIS E ALEYOS, se reuniram em um grande evento religioso em homenagem ao ORISHÁ ONI SHANGÓ, ORISHÁ ALAGBATOBI do grande maestro OLUWÓ SIWAJÚ Evandro Otura Aira IFÁ NI L’ÓRUN.
Foi um dia de muita festa, alegria e religiosidade que com certeza ficará marcado para sempre na memória de todos.
Foi oferecido a SHANGÓ um BATÁ (Tambor Yorubá) nos grandes ritmos que marcam a essência desse grandioso ORISHÁ REI DOS REIS.
Entre as atrações religiosas tivemos a apresentação de alguns religiosos ao sagrado AYAN.
Disse SHANGÓ: “Quando recito minhas palavras o céu se abre e me reconhece como o filho de OLÓFIN (DEUS).
BATA
Conjunto de tambores Yorubá que se chamam: IYÁ, ITOLELE, OMOLE, OKUNKOLE. Utilizam-se para tocar para SHANGÓ e todos os ORISHÁS, embora sejam um conjunto de quatro tambores, só se tocam três, esses tambores são os originais dos povos da religião Yorubá na Nigéria.
Existiam na Nigéria e regiões próximas outros tipos de tambores, sendo o BATA o mais famoso entre eles por serem tradicionais do povo de OYÓ, ÈGBA, IJESÁ, IJEBU, já que eram considerados pelos povos mais distantes como os que tinham os mais belos e perfeitos ritmos.
Os tambores BATÁS sobreviveram a mais de quinhentos anos viajando da Nigéria a Cuba.
O conhecimento dos tambores BATA foram levados a Cuba por vários grupos de Africanos Yorubás precisamente de OYÓ, ÈGBA. IJESÁ, IJEBU.
No início do século XVI vários instrumentos sonoros foram construídos pelos escravos em Cuba mantendo a essência da musicalidade africana intacta, entre eles muitos tambores BATAS que mesmo conservando os toques e ritmos não eram consagrados.
Os Dois negros africanos que construíram os primeiros tambores BATAS ortodoxos em Cuba se chamavam AYIANBI e ATANDA, ambos eram ONI ILU na Nigéria. Tinham fama, entre os escravos, de excelentes escultores de tambores na Nigéria e consequentemente uma grande reputação.
Os dois entram em acordo para fabricar o primeiro jogo de BATAS sacralizados em Cuba. Ao chegarem em um uma festa religiosa em que perceberam que os tambores que ali tocavam, embora transmitissem o toque e ritmo que lhes trouxeram emoção ao ouvirem pela primeira vez em Cuba, os mesmos não eram consagrados.
Em 1830, nasceram pelas mãos dos Africanos ATANDA E AYIANBI, ONI ILU na Nigéria (soberanos do BATA) o primeiro jogo de BATAS verdadeiros em Cuba, que batizaram de AYIANBI (nascido do espírito de AYAN) a partir desse jogo de tambor se disseminaria os BATAS ortodoxos em Cuba.
O centenário jogo de BATAS de ATANDA e AYIANBI foi herdado por ANDRES ROCHE por seus méritos musicais e deixado de herança a seu filho OKILAKPUA, na atualidade, um dos mais famosos OLUBATAS de Cuba.
Em 1951 se tinha conhecimento que existiam 25 jogos de tambores BATAS de fundamento em Cuba.
A derrota dos Yorubás pelos reis de DAHOMEY em 1825, provocou consequentemente a decadência da capital na Nigéria, explicando assim, a abundância em massa dos escravos Yorubás que foram levados para Havana e Matanzas em Cuba, entre eles muitos ILU AYAN (tamboleiros) já que na capital era onde se encontrava o maior número de tamboleiros.
Quem é AYAN?
É o ORISHÁ dos tambores. AYAN representa a última expressão de DEUS como som, seu símbolo é o tambor que serve como armazenador do poder divino, veículo principal para transmissão da voz. Os Yorubás afirmam que AYAN é uma deidade feminina que rege todos os tambores e tamboleiros especialmente o BATA.
AYAN possui a virtude e habilidade para criação do som, os tons e ritmos dos ORISHÁS e seus filhos. Cada ORISHÁ se manifesta em um ritmo e som específico.
Maferefun AYAN!
Ifá Ni L’Órun