SHANGÓ ACABOU COM A IMORALIDADE DA TERRA DE OBATALÁ

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OBATALÁ vivia na terra de ORILÉ ILÉ NI LEKUN onde as pessoas eram muito más e o incomodavam muito. Por conta disso, um dia decidiu ir ver ODUDUWÁ e pedir a ele que o ajudasse a resolver aquele problema que ia de mal a pior.

ODUDUWÁ prometeu ajudá-lo e mandou um EGUN chamado SAWEDÉ à terra de OBATALÁ com a missão de colocar ordem naquele lugar para que OBATALÁ pudesse viver feliz e contente novamente.

Quando SAWEDÉ chegou à terra, ficou encantado com tudo o que encontrou e ao invés de dedicar-se a pôr ordem no local, o que fez foi piorar a situação, com os toques de tambor que levava.

Vendo OBATALÁ o que estava acontecendo com o criado de ODUDUWÁ, foi ver ORUNMILÁ que vivia em OKE (a montanha) e quando estava chegando, ORUNMILÁ que o viu, saiu a seu encontro lhe rendendo MOFORIBALE (reverências) e lhe perguntou:

“Qual o problema que tens que ao invés de mandar me buscar, subiste até aqui? ”

OBATALÁ respondeu:

“Necessito urgentemente de sua ajuda porque já não posso seguir vivendo assim em minha terra, por conta da má sorte que me rodeia, pois não tenho tranquilidade.

ORUNMILÁ então lhe consultou com IFÁ e lhe disse:

“Há perdido forças e eu vou te restituí-las. Vou lhe ajudar a moralizar sua terra”.

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OBATALÁ depois de seguir as orientações de ORUNMILÁ, se sentiu fortificado e perguntou:

“De que forma você vai moralizar minha terra? ”

E ORUNMILÁ respondeu:

“BABÁ já é tarde e você deve se acostar e descansar”.

OBATALÁ se acostou e não podia dormir. Então se pôs a cantar um suyere dedicado a AWÓ OGUEDA que vivia no alto da colina como guardião de ORUNMILÁ. Ao ouvir o suyere, AWÓ OGUEDA se vestiu de vermelho e negro, cobriu o rosto e desceu da colina e perguntou a ORUNMILÁ para que este precisava dele e então ORUNMILÁ respondeu:

“Quem precisa de ti é OBATALÁ, mas tu tens que chegar a essa terra antes de OBATALÁ”.

OGUEDA disse a ORUNMILÁ que tinha sede e este lhe deu um IGBA e encheu de EPÓ (dendê) e OMI (água) e deu a ele para beber. Depois OGUEDA saiu caminhando e ao chegar à terra de OBATALÁ viu SAWEDÉ e se pôs a tocar mais forte convertendo todos em gente do mal.

Enquanto isso na casa de ORUNMILÁ, este falava com OBATALÁ e nisso chegou ELEGUÁ rendendo MOFORIBALÉ (reverências) a ambos e dizendo-lhes:

“Por aí está vindo SHANGÓ, porém ele se encontrou com YANZÁ”. OBATALÁ que fazia muito tempo que não via seu filho SHANGÓ, ficou contente com a ideia de vê-lo em breve.

Enquanto isso SHANGÓ havia deitado YANZÁ em seus ombros e assim andava com ela e ao ver um sinal de fumaça e fogo que havia na colina, se dirigiu a esse lugar e ao chegar deu três cambalhotas, soltou YANZÁ e se atirou diante ORUNMILÁ e OBATALÁ dizendo a este último:

“Meu Pai, jamais te abandonarei e muito menos por uma mulher”.

ORUNMILÁ havia feito oferendas e sacrifícios a OBATALÁ. Pôs os ingredientes nas mãos de YANZÁ e deu a ela e a SHANGÓ que foram para à terra de OBATALÁ afim de moralizá-la.

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Quando chegaram, ficaram surpreendidos ao ver a grande maldade reinante que havia, porque todos haviam se tornados mais maus ainda. Começaram a limpá-los espiritualmente, mas SHANGÓ deixou YANZÁ nessa missão e começou então a atear fogo e queimar a todos. Nisso chegou OBATALÁ e gritou:

“SHANGÓ o que você está fazendo? ” E SHANGÓ respondeu:

“Meu Pai, esta terra nasceu má e agora é mais má ainda. Você BABÁ não pode viver com eles. Você deve viver na terra de ORUNMILÁ, ele lá em cima e você BABÁ aqui embaixo, amparado por mim e por ELEGUÁ”.

E assim aconteceu.

TO IBAN ESHU

 

Ifá Ni L’Órun