Havia um peixe que ansiava conhecer outras águas, por cuja razão dizia aos seus irmãos, como era possível que eles e os demais não pudessem conhecer outros lugares mais agradáveis e não compreendia por que não poderia existir outras águas onde viver sem a limitação em que vivia.
Foi tanta a preocupação que um dia NANÁ BURUKU escutou e perguntou o que estava acontecendo. Ele explicou tudo o que sentia e ansiava e NANÁ BURUKU lhe disse:
“Vou ver com OLÓFIN para averiguar o que ele pode fazer em relação a teus desejos”. Passaram-se os dias e ao não receber resposta de NANÁ BURUKU, o peixe pensou que esta não havia dado atenção a sua conversa, sem saber que NANÁ BURUKU discutia com OLOKUN exatamente os desejos do peixe.
OLOKUN disse a NANÁ BURUKU que ele não se opunha, mas que esse peixe era o predileto de OSSAIN, por cujo motivo ele, como era o OBÁ (rei) do vasto oceano, não se opunha que o peixe nadasse em seu domínio, mas com a condição que seus filhos nascessem e fossem criados em IBÚ LOSÁ (rio), para que desta maneira OSSAIN se recriasse com eles, pois de outra maneira se oporia em seus desejos.
NANÁ BURUKU contou ao peixe o que OLOKUN disse, mas que ele mantivesse a sua palavra, mesmo à custa de sua vida, independentemente dos obstáculos e dificuldades.
Àquele que não se conformava com o ambiente no qual vivia e que desejava conhecer outras águas, deu sua palavra a OLOKUN através de NANÁ BURUKU.
Então NANÁ BURUKU deu o segredo que OLOKUN lhe havia dado para que, através dele, o peixe pudesse viver em outras águas.
A partir daquele instante, todos os seus familiares foram viver no mar com a condição de desovar no rio e morrer no mesmo.
Ifá Ni L’Órun