YEWÁ, filha de ODUDUWÁ, vivia em um cativeiro num buraco no fundo da terra que se comunicava com o mar.
Tomavam conta dela BROMU e BRONSIÁ. BROMU era com ela mais complacente do que BRONSIÁ e apesar das instruções que tinha, a permitia certos passeios à beira do mar, coisa que YEWÁ gostava muito de fazer.
Desses passeios começou a nascer uma certa simpatia entre ambos, que se converteu em atração e nasceu então um romance entre os dois, terminando em várias relações amorosas onde YEWÁ ficou grávida.
Desesperados e com medo da ira de ODUDUWÁ, decidiram interromper a gravidez de YEWÁ. Foram então procurar OZAIN e fugiram para isso, aproveitando que BRONSIÁ dormia.
Foram à casa de OZAIN e este preparou uma bebida à base de raízes de plantas diversas e YEWÁ bebeu aquele preparado por 9 (nove) dias. No final dos dias, ela sentiu fortes dores onde veio perder o bebê. Decidiram então sepultá-lo, apagando assim o erro dos dois.
BROMU aproveitou um momento livre e foi buscar a palma na beira do rio para sepultar o bebê, mas BRONSIÁ, que havia notado algo errado nas condutas de YEWÁ e BROMU, seguiu a este último e viu o que fazia, descobrindo o segredo do amor dos dois. BRONSIÁ, despeitado e ciumento, foi em busca de ODUDUWÁ e lhe disse:
“Venho buscá-lo para que o senhor conheça um grande segredo!” E o levou até a palma na beira do rio. Desenterrou o bebê e disse a ODUDUWÁ:
“Olhe, o senhor sabe o que é isso? ODUDUWÁ surpreendido lhe disse:
“Não, mas é ELEGUÁ e é muito lindo! A partir de hoje este será meu ELEGUÁ!” e pegou o menino e mandou que dessem OSADIE nele e lhe deu o nome de AGBONI.
BRONSIÁ, temeroso ao ver a alegria de ODUDUWÁ, calou seu segredo e BROMU e YEWÁ seguiram amando-se em segredo e AGBONI seguiu vivendo com seu avô que o considerava como o ORISHÁ ELEGUÁ.
Ifá Ni L’Órun