OBATALÁ estava governando a terra OKEYABIA NO INLE e os habitantes começaram a difamá-lo. Que ele estava governando mal, que já estava muito velho e que ele era muito passivo, até que um dia OBATALÁ disse: “Eu me vou dessa terra sem lhes dizer nada e que vocês se organizem como possam”.
OBATALÁ assim o fez, refugiando-se em um lugar perto da beira do mar, em uma roca a uma profundidade regular e quando as pessoas se deram conta de que ele tinha ido, foram para a rua festejar o acontecimento.
Então aconteceu que todos queriam governar e ao não saberem comandar o reino, tudo caminhou mal por conta da ambição.
Vendo ORUNMILÁ tantos contratempos nessa terra, decidiu ir de lá também, mas antes fez um OSODE (consulta com IFÁ) e fez alguns sacrifícios e depois seguiu tocando as rocas que haviam pelo caminho de INLÉ ONIKA (a praia) que era o único caminho que conduzia a dita terra. Tocando assim em uma delas, sentiu como que se pudesse ouvir uma voz, mesmo assim seguiu, jogando a oferenda. Quando desceu o buraco, OBATALÁ se queixou, porque havia recebido um golpe na cabeça e então foi que ORUNMILÁ percebeu que OBATALÁ estava ali, mas sem suspeitar que fosse ele.
Quando foi socorrer a pessoa, ficou perplexo ao ver que era OBATALÁ, pois ninguém nessa terra sabia onde ele estava e ORUNMILÁ o descobriu quando foi levar sua oferenda determinada por IFÁ.
ORUNMILÁ levou OBATALÁ de novo para o povo e como ORUNMILÁ era muito respeitado, quando o viram acompanhado de OBATALÁ, lhe fizeram uma grande recepção e começaram a vangloriar os dois e deram MOFORIBALÉ (reverências) a OBATALÁ e a ORUNMILÁ, onde OBATALÁ disse que em sua ausência seria só ORUNMILÁ o que seria capaz de governar as cabeças dessa terra.
Ifá Ni L’Órun