O mar vivia muito tranquilo porque OLOKUN todas as noites saía e ia para NIGBE e depois ia para ILÉ YEWÁ e passava horas conversando com OYÁ. Na porta dela estava OLOÑI de ESHÚ que era filho de OLOKUN e OLOKUN o entretinha cantando:
“IBAYE BOYÉ IBAY BOYÉ IYÁ ESHÚ ALAKENTU OBONI ABONI”
E OYÁ ao ouvir, passava a mão pela barriga e ficava muito feliz. Eles vinham pela noite, porque OYÁ não queria que ninguém soubesse que estava OBOÑÚ, mas OZAIN, que estava escondido no manancial, ouvia e via tudo e OLOKUN ao amanhecer partia para que ninguém o visse e então OZAIN cantava:
“SHULONA OLOKUN EGUN AWÓ OWÁ SHULON”
E OLOKUN acreditando que era OYÁ quem cantava, ficava muito feliz e entrava no mar para descansar e dormir. Isto acontecia todos os dias.
Um dia que estavam juntos, saíram para caminhar OYÁ e OLOKUN, mas OYÁ se sentiu mal e disse a OLOKUN:
“Siga você, eu vou voltar”.
Então OZAIN começou a cantar, mas quem ouviu foi OYÁ e o chamou e disse:
“Estou me sentindo mal!” E caiu no manancial. OZAIN a vendo nesse estado, a ajudou e assim nasceu ESHÚ ALAKENTU. OZAIN saiu correndo para buscar OLOKUN e entrou no mar cantando:
ONSO OYÁ LAWÓ ESHÚ ALAWÁ OLOKUN”
OLOKUN despertou sobressaltado e desde esse momento começou a intranquilidade do mar. Quando viu que OZAIN trazia seu filho, OZAIN disse: “Este é o teu filho com OYÁ. E ESHÚ começou a mover as pernas e os braços e quando ele fazia isso, as águas se moviam.
OLOKUN disse a OZAIN: Tu serás o padrinho do meu filho. Vou ficar aqui com ele e tu vá buscar OYÁ. OYÁ não quis ir. OZAIN regressou e contou a OLOKUN o que tinha acontecido. Desde então OLOKUN ficou desgostoso com OYÁ e só lhe mandava a comida que comia o seu filho.
Ifá Ni L’Órun