YEMANJÁ E INLÉ SE APAIXONAM

Yemayá Okuté

Nesse tempo houve a separação da terra e do mar. Nesse momento as ondas começaram a fazer como se fosse engolir a terra. O mar, desde então se manteve irritado com a terra. Esta é a fúria de YEMANJÁ.

YEMANJÁ estava realmente feliz de estar no fundo do mar. Finalmente teve tempo para ela fazer o que ela quisesse fazer, que era a vida em paz, algo que havia se esquecido e agora recuperado com os filhos que executam no reino suas funções.

YEMANJÁ havia amadurecido, seguia sendo linda e sensual, apesar dos anos que haviam passado, ninguém podia competir com sua beleza, nem mesmo OSHÚN.

Numa manhã bem cedo, enquanto nadava no oceano, ela pode ver um movimento que justificava suas atenções. Era um homem lindo e este homem era INLÉ, que estava fazendo sua pesca habitual.

INLÉ tinha toda a sua atenção voltada para sua pesca, quando de repente, foi surpreendido por uma bela mulher que lhe despertava o sentimento de amor. Não esperava uma bela aparição, mas ficou gratamente surpreendido por seu coração cheio de amor. Não podia explicar tal sentimento e chegou a pensar que estava sonhando, até que uma voz linda da maravilhosa mulher lhe falou dizendo:

Sou YEMANJÁ, dona desse reino onde você pesca. Sou eu que proporciona os peixes que vem em seu anzol.

Todo esse reino que você pode ver é imensamente grande e é meu.

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YEMANJÁ confessou a INLÉ que ela ainda governou sobre o vasto reino dos mares e ali há tempos se encontrava sozinha. Sem duvidar, INLÉ se ofereceu para acompanhá-la em seus momentos de solidão.

YEMANJÁ tinha gostado de INLÉ e ela explicou que estava buscando um companheiro e INLÉ aceitou seu convite sem muito pensar. Ele não estava preocupado com riquezas. Ele era devorado pela beleza dela desde o momento em que a viu.

Esta foi a primeira vez que YEMANJÁ permitiu que alguém soubesse seus segredos. YEMANJÁ e INLÉ seguiram seu caminho até o fundo do mar.

O belo INLÉ sentia como se estivesse em um sonho levado pela beleza de YEMANJÁ e a imensidade de seu reino. Ele nunca havia imaginado que uma beleza como tal existisse no mundo

Chegaram a uma grande caverna, onde muitas espécies de vida marinha guardavam a porta. Este foi até o Ilé de YEMANJÁ (palácio). A medida que o peixe se deu conta de sua presença, se afastou da abertura como em MOFORIBALÉ (reverência) a grande rainha que era sua mãe e criadora.

Todo o mundo a conhecia como ALLE MÓ (mãe dos peixes e da vida marinha).

Ao entrar na caverna, INLÉ foi tomado em temor por estar dentro de um grande palácio debaixo do oceano. Ninguém poderia imaginar as riquezas de seu interior.

Haviam tesouros incomensuráveis em todas as partes. As pedras preciosas mostravam tonalidades de azuis e verdes, do mais claro ao mais escuro, fazendo um ambiente ao palácio.

Sem dúvida YEMANJÁ era a mais rica de todos os ORISHÁS e das mais BELAS.

Eles tinham um tórrido romance desde que INLÉ viu através dos olhos de YEMANJÁ e aprovou cada uma de suas ações. No entanto, com o passar do tempo, as coisas mudaram. YEMANJÁ começou a ignorar INLÉ e assumir o fato.

A situação havia se tornado intolerável para INLÉ. Ele só queria a atenção de YEMANJÁ, mas ela não quis escutar suas queixas e INLÉ ficou incomodado com tudo isso.

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YEMANJÁ se viu em um dilema e enquanto isso tentava uma maneira de se livrar de INLÉ. Ela não sabia o que fazer exatamente. Ela queria se desfazer de INLÉ, mas tinha medo de que ele revelasse seus segredos e mistérios de seu reino, mas ao mesmo tempo não queria matá-lo.

Depois de muito, ela decidiu que ia cortar-lhe a língua. Desta maneira ele seguiria vivendo, mas incapaz de dizer seus segredos a ninguém.

Esta é a razão por que INLÉ fala através de YEMANJÁ.

YEMANJÁ, desculpando-se de suas próprias ações, disse para si mesma que INLÉ era jovem demais para ela e tudo tinha se tornado muito tedioso para os dois. Depois de cortar-lhe a língua, ela o deixou ir.

Mesmo YEMANJÁ cortando-lhe a língua, INLÉ a consagrou como Rainha.

Nesse momento tedioso, nasceram as relações do mundo.

Maferefun YEMANJÁ OKUTÉ

Maferefun INLÉ ABATA

 
Ifá Ni L’Órun