PATAKI:
Certa vez YEMANJÁ se dirigiu ao monte para conseguir uns sapotis para OBATALÁ, o qual se ofereceu de buscá-lo em troca do poder de ser Rainha dos Mares.
Mas ELEGUÁ, quando YEMANJÁ foi buscá-los, este se interpôs em seu caminho com o interesse de fazê-la fracassar em sua empresa.
ELEGUÁ para fazer esta operação, se valeu de um esquema semelhante ao utilizado por OGUN quando este fez para ORUNMILÁ. ELEGUÁ encheu de ciladas por onde ia passar YEMANJÁ, mas OGUN que viu o que estava fazendo ELEGUÁ, intervinha em ajuda de YEMANJÁ e as coisas tomavam uma nuance diferente.
ELEGUÁ se agachava, dissimulava as armadilhas no caminho, mas atrás vinha OGUN e as desfazia. Depois vinha YEMANJÁ com sua cesta debaixo do braço pegando os sapotis. OGUN a chamava desta forma:
YEMAYÁ FUMILANO UMBÓ”
ELEGUÁ chegou ao final de sua jornada em espera de YEMANJÁ e ao vê-la com sua cesta cheia de sapotis, a repreende:
Como pode chegar até aqui YEMANJÁ SARAWAWÁ? E lançou-se sobre ela engatando uma luta para pegar os sapotis. OGUN que também espreitava ELEGUÁ, correu na intercepção do caminho e depositou uma garrafa de OTI no chão com ATARÉ META e esperou até que ELEGUÁ se separasse de YEMANJÁ e fosse até o caminho onde ali bebeu o OTI até ficar alcoolizado.
Então OGUN repetiu o chamamento que lhe havia feito a YEMANJÁ:
“YEMAYÁ FUMILANO UMBÓ”. YEMANJÁ e OGUN se encontraram e partiram juntos a ver OLÓFIN e a OBATALÁ, ao qual YEMANJÁ o entregou os sapotis e este lhe disse:
YEMANJÁ tu eres a Rainha dos Mares. OLÓFIN por sua parte disse a OGUN: Tu serás o esposo de YEMANJÁ.
Porém este matrimônio estava cheio de inconveniências, porque YEMANJÁ não podia tolerar o caráter de OGUN e sua real intenção era ser somente Rainha dos Mares com a ajuda dele.
YEMANJÁ se casou com OGUN e com o tempo o traiu, cuja a falta é descoberta por um cachorro, que fielmente acompanhava OGUN, pois ele era lavrador.
OGUN vivia desconfiado de sua esposa, mas ela era uma moça muito encabrestada. Porém aproveitando a ausência de seu marido, se entregava a BABALU AYÉ.
Um dia o cachorro que acompanhava OGUN em seus trabalhos no campo, farejou a desleal mulher de seu amo. Um dia quando OGUN foi para o trabalho, o cachorro ficou vigiando YEMANJÁ.
Logo a mulher se enfeitou toda cuidadosamente e saiu de casa em direção onde estava BABALU AYÉ. O cachorro a seguiu espiando seus movimentos até que a viu entrar na casa de BABALU AYÉ.
O cachorro correu até onde estava OGUN e começou a puxá-lo pelas calças, como que querendo dizer algo, venha para que vejas o que está fazendo tua mulher. E mordendo suas pernas, o arrastou até a casa de BABALU AYÉ.
OGUN presenciou a traição de sua mulher e o cachorro foi aquém se lançou sobre YEMANJÁ, rasgando suas vestes. YEMANJÁ correu apavorada pelo monte, desaparecendo depois da traição. Mesmo com o acontecido ela ser tornou a Rainha de todos os Mares.
Maferefun YEMANJÁ
Ifá Ni L’Órun