Uma vez XANGÔ estava passando uma má situação e se encontrou com ELEGUÁ e contou para ele e ELEGUÁ disse que ele ia procurar OBATALÁ para ver se ele poderia ajudá-lo a remediar sua situação.
Quando ELEGUÁ viu OBATALÁ disse: BABÁ XANGÔ está muito mal e necessita de ajuda, onde OBATALÁ disse a ELEGUÁ que trouxesse XANGÔ diante dele.
Quando XANGÔ chegou na presença de OBATALÁ AJAGUNA este lhe disse:
Eu vou te ajudar para que te encaminhes.
Tirou a capa de duas cores, branca e vermelha que tinha, a sandália, a coroa que tinha na cabeça que era de 16 (dezesseis) quiabos e lhe emprestou o seu cavalo. Também lhe deu uma torre de ORI (banha de Ori) e lhe disse:
Vá ver os povos e vá com minha bênção.
Assim o fez XANGÔ e saiu com o cavalo de OBATALÁ, vendendo pelos povos manteiga de cacau. Chegou em um povo situado na terra YEZA onde havia uma mulher que governava ali. Ao entrar no povoado, XANGÔ vestido muito vistosamente com a capa de OBATALÁ, com o cavalo, as sandálias e a coroa de quiabos na cabeça, todos dali acreditaram estar na presença de um rei. O fato ao chegar aos ouvidos da rainha, esta também saiu a receber o novo rei.
XANGÔ ao ver esta mulher tão linda, ficou impressionado por sua beleza e ao vê-lo observando-a tão firmemente, a rainha se ajoelhou diante XANGÔ. Este desceu do cavalo e disse:
Isso não pode ser assim, quem deve se ajoelhar diante de ti sou EU e quando ele se ajoelhou a coroa caiu onde OXUM, que era a rainha, tirou a sua coroa e a colocou na cabeça de XANGÔ e este colocou nela a coroa de 16 (dezesseis) quiabos e aconteceu assim o matrimônio desses ORIXÁS.
XANGÔ se instalou no palácio começando a governar aquele povo.
Ifá Ni L’Órun