CONCLUSÕES:
Com os fatos históricos descritos, somos mais relacionados com a teoria que os Segredos de OLÓFIN foram buscados em terras nigerianas por SALVADOR “Odun” MONTALVO. Não é lógico o fato que um barco negreiro, um escravo em particular levasse consigo um Fundamento tão importante como é OLÓFIN.
Suponhamos que os mesmos traficantes o tivessem tomado e atirado ao mar, mas quando se tratava de um Fundamento de uma religião pagã e estes traficantes de escravos eram Católicos, além dos sérios problemas que poderia alcançar dimensões gigantescas com esses escravos “Defendendo” um atributo sagrado.
Muitas pessoas desconhecem esta divindade com tal, porém no IFÁ AFRO-CUBANO, fala-se de OLÓFIN com uma divindade representante de OLODUMARÉ na terra. Assim como existe OLORUN (O rei de ORUN – céu) existe OLÓFIN (O rei da Terra). Para nós OLÓFIN é uma qualidade de duas entidades, uma masculina e outra feminina, já que ele foi capaz de criar ambos os gêneros.
Baseando-nos na lógica da busca de segredos na África, não poderíamos acreditar no fato consistente de que os africanos que chegaram a Cuba, ao obter a liberdade, fossem buscar uma divindade na Nigéria, só para recrear uma inventada por eles e assim alcançar suas iniciações.
Assim como OLÓFIN, também houve um tempo que muitos Neotradicionalistas diziam que ODUDUWÁ não existia, que este só havia sido um Rei de Ifé, etc. Para os afro-cubanos, muitas divindades são as mesmas com outros nomes, com outro culto. ODUDUWÁ foi uma divindade que teve participação na criação da Terra, contudo, muitos dos escritores Yorubás atuais atribuem todo o trabalho a ORUNMILÁ. ODUDUWÁ para os afro-cubanos representa a terra, OBATALÁ o ar e ambos representam as duas camadas que compõem a Terra, a camada inferior como uma cabaça com a boca voltada para cima, é representada por ODUDUWÁ e a parte de cima, como uma cabaça com a boca voltada para baixo, em cima da outra representada por OBATALÁ.
Só temos que analisar que no segredo de OLÓFIN vive ODUN e vive OLÓFIN (divindade como tal). Claro está, que sempre foi chamado de OLÓFIN por atribuir-se um nome do criador, contudo, nos livros antigos, também se chamava ODUN (Ortiz). Além disso, quando se realizam sacrifícios a OLÓFIN, para tudo se menciona ODUN. De fato, até quando se atira o coco a ORUNMILÁ dizemos: “ODUN ERU ALE” (ODUN sou teu escravo).
Este ensaio está dirigido aos praticantes da Tradição Afro-Cubana, para que saibam que nossas riquezas culturais tem uma razão de ser e porque devem ser defendidas. Há três tipos de verdades: Tua Verdade, Minha Verdade e a Verdade.
(Referências: Livro: “Defendiendo Nuestras Tradiciones” – Leonel Gámez Oshe Niwó e Áquila de Ifá).
Ifá Ni L’Órun