OSHÚN E YEMANJÁ

oxum_e_iemanja_by_oradine-d6e8sf2

OSHÚN, a bela entre as belas, gostava de passear pelo monte.

Cantava e brincava com os animais, porque ela amansava as feras e evitava seus ataques e emboscadas.

Um dia OGUN, o ferreiro infatigável que vive na mata úmida e fechada, viu passar a bela OSHÚN e sentiu que também ela lhe transpassara o coração. Impetuoso e bruto, correu atrás dela e isso incitava mais ainda o seu desejo e sua vontade de tê-la em seus braços.

OSHÚN, que estava apaixonada por SHANGÓ, ficou muito assustada.

Ágil como um antílope, em sua rápida corrida, atravessou os verdes campos de agrião de ORISHÁOKO, o ORISHÁ que assegura a fecundidade da terra.

Mas OGUN, entusiasmado, estava quase alcançando-a.

Foi então que OSHÚN, desesperada, se lançou ao rio.

Arrastada pela correnteza, chegou até a foz do rio, onde tropeçou na poderosa YEMANJÁ, mãe de todos os ORISHÁS.

Compadecida, YEMANJÁ a tomou como protegida dela e a presenteou com o rio para que ali pudesse viver.

Para alegrá-la, a cobriu de pedras preciosas, corais e infinitas riquezas.

Por isso é que OSHÚN vive no rio e quer tão bem a YEMANJÁ.

 

Ifá Ni L’Órun