OSHÚN, a bela entre as belas, gostava de passear pelo monte.
Cantava e brincava com os animais, porque ela amansava as feras e evitava seus ataques e emboscadas.
Um dia OGUN, o ferreiro infatigável que vive na mata úmida e fechada, viu passar a bela OSHÚN e sentiu que também ela lhe transpassara o coração. Impetuoso e bruto, correu atrás dela e isso incitava mais ainda o seu desejo e sua vontade de tê-la em seus braços.
OSHÚN, que estava apaixonada por SHANGÓ, ficou muito assustada.
Ágil como um antílope, em sua rápida corrida, atravessou os verdes campos de agrião de ORISHÁOKO, o ORISHÁ que assegura a fecundidade da terra.
Mas OGUN, entusiasmado, estava quase alcançando-a.
Foi então que OSHÚN, desesperada, se lançou ao rio.
Arrastada pela correnteza, chegou até a foz do rio, onde tropeçou na poderosa YEMANJÁ, mãe de todos os ORISHÁS.
Compadecida, YEMANJÁ a tomou como protegida dela e a presenteou com o rio para que ali pudesse viver.
Para alegrá-la, a cobriu de pedras preciosas, corais e infinitas riquezas.
Por isso é que OSHÚN vive no rio e quer tão bem a YEMANJÁ.
Ifá Ni L’Órun