NANÁ BURUKU, donas nascentes dos rios, das poças d’água doce, vivia entre as flores de lótus de pálida cor, lírios e outras belas plantas enriquecidas com a humidade que ele despendia.
Um belo dia, quando repousava entre as canas bravas, olhando como as aves brincavam no ambiente cristalino, sentiu um grande estrondo. Era OGUN que vinha importunar a paz de NANÁ. As aves fugiram apavoradas e os animais que pastavam ao longe e distante dali, também desapareceram.
OGUN viu um pequeno veado, que pelo zumbido das abelhas, não havia percebido a presença de OGUN e este, brandindo seu facão, quis capturá-lo para saciar sua sempre presente fome. NANÁ, que tudo via, se transformou em seu corpo animal: A MAJÁ (serpente) e deu um salto e se apresentou ante aos olhos do bravo guerreiro, quem assombrado, se retirou ante semelhante aparição.
O pequeno antílope, agradecido, lhe disse: “NANÁ, mãe d’água, a partir de agora em oferecerei em sacrifício de agradecimento a ti pelo bem que me fez e em representação de toda a vasta família dos veados. Mas te peço um favor: não manches tuas mãos com meu sangue. Faça uma faca de bamboo, muito afiada, que sempre utilizarás ao sacrificar-nos, para assim não teres que guardar nenhuma recordação e não dependas de OGUN nem para isso”.
To Iban Eshú.
Ifá Ni L’Órun