INLÉ: O MÉDICO DE DEUS

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Diz-se que INLÉ é o Orishá da medicina e da pesca, é O REMÉDIO DE DEUS e ele é conhecido como o Médico de Osha. Orishá da família é o Patrono dos Médicos e dos BABALAWÓS e é considerado o Orishá da pesca e da colheita marítima. Tem ao seu lado muitos peixes e compartilha sua propriedade com OSHÚN, pois também é considerado O DONO DOS RIOS. Vigilante da saúde, dos cultivos e colheitas, seu Eleke (fio de contas), Ñale ou Iñale (Colar consagrado) é simples e sua marca em números é o 21, ainda que também se possa adicionar os números 5 e 7. Sua cor mais usada é o verde escuro. As variantes de Elekes de base são as seguintes:

21 contas azuis claras e 3 amarelas

1 conta azul escura e 2 amarelas

Tipos de cor verde escuro para todo o Eleke, com 2 contas azuis prusia e 1 de coral.

Mergulhando totalmente na Religião Tradicional Yorubá e sua relação com este Orishá, temos de dizer que seu Odú Isalayé (Odú que marca o nascimento ou vinda à Terra do santo em questão) é Okana Sode (Ifá), para os Oloshas ou Omo Orishás é Okana Tonti Eyounlé (1-8) (letra do Merindilogun).

Médico, pescador, caçador e adivinho com Opelé (Ekuelé), não era Babalawó, mas teve a virtude por mandado de OLÓFI (DEUS) de que fosse todas essas coisas e ao mesmo tempo não fosse também, porém tudo o que fazia lhe saía bem por conta da referida virtude.

Conta o Pataki que aconteceu um dia quando INLÉ pescava e apareceu-lhe uma Linda Mulher. Sua beleza e fisionomia eram tão radiantes que INLÉ parecia não crer que na Terra pudesse existir alguém assim, similar a uma Deusa com tais características. Esta Mulher era YEMANJÁ, pela qual seu amor foi a primeira vista.

Foi tanto o encanto para com INLÉ e a magia amorosa de YEMANJÁ, que ela lhe perguntou se ele gostaria de ver sua casa e este lhe respondeu que sim, que com ela iria até o fim do mundo se assim fosse necessário. Até este dia ninguém conhecia os segredos de YEMANJÁ. E assim aconteceu. Este foi com ela até as profundidades dos oceanos, onde tinha seu Ilé (casa) e seus tesouros.

Pescador

De YEMANJÁ, INLÉ aprendeu a arte da sabedoria e da adivinhação. Mas um dia YEMANJÁ se entediou de INLÉ e se encontrou diante a um dilema, de que era ele o único que conhecia seus segredos e riquezas, então lhe recorreu a ideia de se livrar dele, mas como não queria eliminá-lo, decidiu então que a única maneira na qual poderia deixá-lo viver, a única maneira em que ele não dissesse a ninguém seus segredos, era cortando sua língua.

É por tudo isso antes exposto que os filhos de INLÉ não se coroam diretamente como Orishá Tutelar no Leri ou Cabeça da pessoa, a não ser através de YEMANJÁ com Orô para INLÉ, como este não pode falar por seu Dilogun, o faz através de YEMANJÁ, logo, YEMANJÁ em Itá fala duas vezes, por ela e depois por ele.

Deve recebê-lo com caráter prévio os OMO OSHÓSI (Filhos de Oshósi), já que seus YAWÓS têm que entrar no quarto de santo com ABATÁ (A Orishá dos Pântanos) nas mãos e tê-lo durante a cerimônia de consagração no joelho esquerdo, pois ODÉ MATA tem pacto com ABATÁ e esta só se pode receber em companhia de INLÉ.

Quem pode entregar INLÉ? A princípio todas aquelas pessoas que o possuam, pois ninguém pode dar o que não tem, mas para os que gostam das coisas mais requintadas, recomenda-se recebê-lo das mãos de uma filha ou filho de YEMANJÁ, de alguém cujo Orishá Tutelar seja o próprio INLÉ ou quem tenha INLÉ como Pai.

Bem, como todos podemos ver, INLÉ só pode falar através de YEMANJÁ, não fala através de ORUNMILÁ, nem de ORO, nem de nenhuma das outras deidades ou poderes que entregam os Babalawós, pois mesmo sendo PATRONO DOS BABALAWÓS, assim como YEMANJÁ, INLÉ é um Osha e deve ser entregue pelos Oloshas (Obás Oriatés, Babalorishás ou Yalorishás).

Ifá Ni L’Órun