IROKO: A GRANDE CEIBA

blogger-image--1107953605

IROKO, que da sua altura tudo observa e que em sus galhos poderosos alberga a pássaros de todos os tipos, como a aura tinhosa, sua mensageira, a coruja, que é justa e caridosa com seus filhos, observou que vinha na distância do espaço infinito Yemanjá, mãe universal, envolta no azul e pérolas cristalinas como o mar, quem não corria e sim voava, abraçando extremamente a duas crianças, dois gêmeos: Os Ibejis, filhos amadíssimos de Oshún e Shangó, que estavam sendo procurados por seu pai que iria adverti-los por suas travessuras infantis e por haver escondido seu Oshe na hora de ele ir para a guerra contra seu irmão Ogun.

Ao ver sua filha fatigada e o redemoinho que a perseguia e de qual saíam raios e trovões, abriu seu tronco e a cobriu em seu seio. Quando Shangó, ofegante, chegou em seu tronco, lhe suplicou que dissesse onde se encontravam seus filhos desobedientes para repreendê-los. Mas IROKO, que conhecia bem o mal humor de Shangó, se fez de dissimulado e cantou primeiro, muito alto, como um furacão, depois foi dulcificando o som até sussurrar uma bela canção, que falava dos triunfos bélicos do Orishá, dono dos raios e trovões. Este então dormiu e IROKO abriu seu ventre e Yemanjá e os Ibejis puderam escapar.

Quando Shangó se despertou, cegado pela ira, lançou fogos em direção a IROKO, mas estes foram de volta para ele até cegá-lo temporariamente. Shangó arrependido, não teve mais remédio a não ser pedir perdão a IROKO, pai e mãe dos galhos sagrados medicinais e de todo verde que vive na sábia terra desse planeta, por toda sua ira, e então se foi. To Eban Eshu.

 

Ifá Ni L’Órun