Pataki (Ika Kana)
Havia um homem incrédulo que um dia foi ver Orunmilá e ao se consultar saiu esse odú que lhe mandava fazer um sacrifício. Ele assim o fez e depois começou a comprar produtos no campo para revendê-los no comércio e prosperou tanto que comprava colheitas inteiras e as vendia aos revendedores.
Passou-se o tempo e o homem não se lembrava mais de Orunmilá e um dia Eleguá (Elegbara) disse a Orunmilá: O que acontece com a vida do armazenista que compra todas as colheitas dos agricultores? E Orunmilá lhe disse: Esse já não se lembra mais de mim…
Eleguá se disfarçou e foi falar com o aproveitador e lhe disse: Você não se lembra do velho que lhe mandou fazer um sacrifício quando você ainda estava pobre? E o homem disse que não se lembrava. Depois disso, a própria natureza se encarregou de lhe trazer problemas com seu comércio, onde o lixo se misturou aos grãos e os bichos começaram a comer as frutas e quando as pessoas iam comprar suas mercadorias viam que estavam todas cheias de bichos e não as comprava mais e de imediato ele começou a perder tudo o que tinha armazenado e vendo-se tão mal, foi de novo á casa de Orunmilá.
Este voltou a consultá-lo com Ifá e de novo saiu esse odú e ele voltou a fazer o sacrifício determinado por Orunmilá e este lhe disse: Tu vais voltar a prosperar, mas te custará muito trabalho e não poderás jamais esquecer os Orishás.
Orunmilá lhe entregou Eleguá e o consagrou em Awó Fakan (iniciação para homens em Ifá) e pouco a pouco o homem foi se levantando de novo e voltou a ser o armazenista de frutas e grãos daquele povo.
Ifá Ni L’Órun