Orishá maior que vive na copa da árvore da Ceiba. É um santo velho e harmonioso. Sua mulher é Aboman e sua irmã Ondó.
A Ceiba é uma árvore sagrada e muito venerada na religião Yorubá pelo mundo inclusive pelos chineses. É o tronco ou bastão de Olófin. Ao pé dele esteve enterrado Orunmilá.
Segundo alguns é um orishá´funfun e se fala com ele quando se está em frente a árvore. Pode se dizer que todos os Orishás vão até a Ceiba e que todos a adoram.
IROKO é o símbolo dos conhecimentos escondidos. Todos os Orishás e Oshas visitam a Ceiba, porque é ali onde se realizam as cerimônias.
Para IROKO é que se pede para ter um filho homem e para isso tem que suplicar a seus pés. É necessário cumprir com ele porque o seu castigo é implacável. Assenta-se IROKO através de OBATALÁ.
Para IROKO se dança com um bastão revestido de colares ou elekes e uma vassoura adornada com contas vermelhas e brancas.
Alguns dizem que para conseguir ter um filho é necessário fazer rogação aos pés de IROKO, pedindo a ele todos os anos e se ele assim conceder, dá-se um carneiro como paga. Mas uma vez acontecendo, deve-se cumprir com ele, porque IROKO castiga implacavelmente aquele que se esquece da graça concedida.
Histórias
No princípio do mundo, o céu e a terra tiveram uma discussão. A terra argumentou que era mais velha e poderosa que sua irmã o céu: “Eu sou a base de tudo, sem mim o céu se desmoronaria, porque não teria apoio. Eu criei todas as coisas viventes, as alimento e as mantenho. Sou a dona de tudo. Tudo se origina em mim e tudo regressa a mim. Meu poder não conhece limites”.
Obá Olorun não respondeu, mas fez um sinal ao céu para que se mostrasse severo e ameaçante. “Aprenda tua lição”. Disse o céu enquanto se afastava. “Teu castigo será tão grande como teu arrogante orgulho”.
IROKO a Ceiba (árvore sagrada chamada pelos Yorubás de Arabá), preocupada, começou a meditar no meio do grande silêncio que seguiu ao afastamento do céu. IROKO tem suas raízes fundidas nas entranhas da terra, enquanto que seus ramos se estendiam no profundo do céu.
IROKO compreendeu que havia desaparecido a harmonia e que o mundo conheceria a desgraça, porque até esse momento o céu havia velado sobre a terra para que o calor e o frio tivessem efeitos benévolos sobre as criaturas do mundo.
A vida era feliz e a morte vinha sem dor. Tudo pertencia a todos e ninguém tinha que governar, conquistar, nem reclamar posições. Mas a inimizade do céu mudou tudo. Não chovia e um sol implacável queimava tudo. Chegou o tempo dos sofrimentos e a feiura apareceu sobre a terra. Numa noite a angústia e o medo apareceram. Logo chegaram todas as desgraças. Toda a vegetação desapareceu e só IROKO permaneceu verde e saudável, porque desde o tempo imemorial, havia reverenciado ao céu. IROKO dava instruções àqueles que podiam penetrar no segredo que estava em suas raízes.
Então estes reconheceram a magnitude da ofensa e se humilharam e purificaram aos pés da Ceiba fazendo rogações e sacrifícios ao céu, mas nenhum pode chegar até ele. Só Arákolé conseguiu transmitir as súplicas dos homens ao alto. O que ficava vivo nela se salvou graças ao refúgio que lhe ofereceu IROKO. Logo voltou a reverdecer, embora nunca regressassem os dias felizes do princípio do mundo. O céu já não era inimigo, mas permaneceu indiferente.
IROKO salvou a terra e se a vida não é mais feliz, a culpa tem que ser jogada para cima do orgulho.
Ifa Ni L’Órun