YAWÓ NO RIO
Pataki
Orunmilá tinha um filho que se chamava IGBA OMI ODO, o qual era predileto de Oshún quem lhe dava os segredos do ashé dos Orishás. Este passava a maior parte do seu tempo nas águas do rio.
Um dia Orunmilá necessitou de água do rio para ganhar a guerra que tinha com ALESESI (espírito da água) e quando foi buscá-la viu IGBA OMI ODO morto à beira do rio. Entristecido e horrorizado com tal cena retornou a casa onde se consultou com Ifá e o oráculo o orientou a fazer um sacrifício em prol de reviver o espírito de IGBA OMI ODO, já que neste concentrava o segredo do grande ashé de Oshún para as consagrações de todos que ingressariam no segredo dos Orishás e que o espirito de IGBA OMI ODO despertasse em cada YAWÓ o ashé do renascimento e da continuidade e assim seria em todas as gerações e todas as eras por determinação de Olodumaré.
Orunmilá realizou o sacrifício recomendado e entregou uma cabaça em forma de grande quartinha e pediu ao YAWÓ, que logo seria iniciado, que lhe trouxesse água do rio e que pegasse do fundo deste a cabeça de IGBA OMI ODO, pois sem ela seu nascimento não seria possível.
O YAWÓ ao ir pegar a cabeça, o que realmente pegou foi um OTÁ (pedra). Então Orunmilá segurou o OTÁ e colocou dentro da cabaça em lembrança de seu filho e a adornou com ILEKE NI GBOGBO ORISHÁ (contas de todos os orishás), ASHO MEJI, KOIDE MEJI (akodidé meji), ficando assim desde então a cerimônia de que o YAWÓ vai ao rio para buscar o espírito de IGBA OMI ODO (o segredo é preparado com água).
Nota: Por este motivo os YAWÓS devem ir a um rio em busca do ashé principal de seu futuro nascimento. O espirito de IGBA OMI ODO concentra o segredo da religião e de todos os Orishás. É responsável por guardar o ashé e memória de tudo que nasce na religião e todos os que um dia se iniciaram em Orishá e por este motivo é fundamental.
Ifá Ni L’Órun Otura Aira