AYAÓ – ORISHÁ IRMÃ DE OYÁ

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Ayaó é a irmã mais nova de Oyá, em alguns caminhos também dizem que é a irmã mais velha. Diz-se que é filha de Oduduwá e foi criada junto com Bromu. Tem pacto com Ozain e Iroko e por isso se diz que ela é o Orishá das bruxarias. Pode viver na selva ou em cima de Iroko, sempre no alto, pois se caracteriza como a Orishá das Nuvens…Outros escritos também dizem que ela vive dentro das raízes da Ceiba Sagrada. Ayaó foi quem deu a Oyá os segredos da Magia e do Misticismo. Seus segredos se guardam em uma sopeira que se mantém no alto, em uma casa de Omo Orishás que a recebe. Usualmente são os filhos de Oyá os que a recebem, embora haja signos (odús) onde pode acontecer que alguém necessite recebê-la. Aqueles que a possuem, a mantém em um livrinho atado ao teto do lugar com correntes.

Ayaó é amiga dos espiritistas e dos médiuns. Cuidadora da Saraza de Egun. Orishá das alturas. Ela foi quem subiu e deu a mesa à Oduduwá. Caracteriza-se como um Orishá do Deserto. Vive nos altos de Iroko e não deve baixar ao chão ou tocar o piso, por isso suas cerimônias se realizam na parte superior de uma mesa. Ela é um pequeno redemoinho e o olho da tempestade.

Diz-se que ela se senta acima da Ceiba para ajudar e proteger os espíritos que passam através de suas nuvens para residir no reino de Olófin (Deus). Diz-se que quando um iniciado de Oyá está realizando seu nascimento, consagração (feitura), os espíritos que se recolhem são atendidos por Ayaó. Quando Oyá se prepara para a batalha ela chama sua irmã Ayaó que libera os espíritos para ajudá-la na batalha. Não se raspa Ayaó na cabeça de ninguém. É bruxa e tem pacto com as Iyamís. Por isso diz-se que Ayaó é coletora de energias negativas como a bruxaria e espíritos malignos. Também Ayaó cuida das mulheres donzelas e das meninas. Ayaó é pura, por isso ela é quem sobe à mesa à Oduduwá.

Diz-se que Ayaó é a que leva as mensagem a Ikú (morte) e a Oyá. Encarrega-se Ayaó das notas de Oyá, na porta do cemitério. Ayaó também se encarrega dos 9 Eguns que acompanham Oyá e tem relação com os 9 lugares das cerimônias prévias a uma consagração de Oyá (feitura). Por esta razão algumas pessoas põem 9 copos de água a Oyá como uma dedicação a ela.

Alguns chamam estes de “Os Ajeres de Oyá”. No campo suas cores são Matipó e Amarelo com contas de Oyá intercaladas e seu tecido é de retalho floreado com essas cores. Em outros lugares suas cores são o rosa com nácar e azeviche. Ayaó nasce no signo Osá Iroso (Osá Roso), embora também fale nos odús: Osá Ogunda (Osá Kuleyá), Osá Bara (Osá Shepe), Osá Ogbe (Osálo Fobeyó) e Osá Meji e se lhe imolam os mesmos animais que para Oyá.

Os que a necessitam chamá-la que não o façam, pois é um Orishá muito sério. Oyá é o oxigênio que inalamos e o oxigênio que exalamos, Ayaó é o Orishá que tem que a ver com a bruxaria. Os que tenham que fazer algum Ebó com ela, deve ir ao cemitério e deixar as oferendas em cima de uma tumba, nunca no chão, ainda que a Oyá se possa deixar na porta do cemitério e no chão, mas para Ayaó nunca, pois ela não baixa ao chão. Aquele que tem que trabalhar com este Orishá é importante que sempre o façam “limpos”, perfumados e que o ambiente tenha bons perfumes ou fragrâncias de incenso. Os que a recebem dizem que ela guarda mistérios e que quando está no ambiente, muda, pois é um Orishá muito sério em relação a fazer seus encargos.

 

Ifá Ni L’Órun Otura Airá