Conta a história que Olófin (Deus) tinha várias filhas que eram seu orgulho, contudo, entre elas existia uma que era a menina de seus olhos e sua razão de ser, porque vivia orgulhoso dela.
Um dia Eshú escutou os elogios dispensados para essa jovem e se propôs que ele tocaria a honra dela, que assim Olófin se avergonharia da donzela. Assim as coisas se apresentaram diante do valente Shangó e em tom desafiantes, lhe interpelou, que como era possível que ele sendo o varão mais elegante do reino, não se havia conquistado Yewá.
Eshú lhe disse que ela morava nos jardins do Palácio de Olófin e este a tinha bem guardada e oculta, pois estava convencido da castidade e pureza de sua filha e que ela era incapaz de olhar alguém nos olhos e muito menos um homem.
Shangó foi onde estava Yewá, falou com ela e esta não pode resistir a tentação de olhá-lo. Eshú foi contar a Olófin o que havia acontecido e ele velho se entristeceu. Ao chegar Ofófin ao jardim, Yewá não levantou sua cabeça e disse a seu pai que por essa falta, ela desejava morar em um lugar onde ninguém a visse nunca mais. Assim foi que Olófin a enviou ao mundo dos espíritos.
Desde este preciso instante Olófin percebeu que a perfeição nessa vida não existe e que o ser humano, por muito que se esforce, será inclinado à tentação e faltará com suas leis.
Ifá Ni L’Órun Otura Airá