Os guerreiros são quatro: Eleguá (Elegbara), Ogun, Oshósi e Ozun. Eles formam o conjunto de Orishás que se recebe junto ou depois dos colares de fundamento e se entregam sempre quando a pessoa recebe sua “Mão de Orunmilá” das mãos de um Babalawó, neste caso também se recebe obrigatoriamente a sopeira onde vive nosso Orunmilá. Pode-se receber guerreiros sem a “Mão de Orunmilá” através dos Olorishás ou Obás Oriatés, Babalorishás, Iyalorishás, mantendo as mesmas funções. Compõem-se de um Eleguá, uma panelinha de ferro de três patas e um Ozun. Eleguá em seu pratinho, na panelinha de ferro se encontram dois Orishás que são Ogun e Oshósi juntos sempre e Ozun que é a peça metálica que geralmente tem um galinho em cima.
Os guerreiros são especialmente para proteção de seu dono, com os quais este pode fazer muitas obras para melhorar sua vida e a vida dos demais. Junto com os colares de fundamento, representam um importante passo na iniciação na religião tradicional Yorubá. Na casa ou no lugar onde estão, há que situá-lo da seguinte maneira: Ozun sobre uma estante ou móvel que seja mais alta que nossa cabeça, já que representa isso, nossa cabeça, que deve sempre estar muito alta na vida. Além disso, Ozun é o guardião de nossa cabeça. Ele vive ao lado da sopeira de Orunmilá.
O Eleguá e a panelinha de ferro devem estar juntos, perto da entrada da casa, mas tendo em conta que ninguém deve tocá-los que não sejam seus próprios donos. Se a pessoa tem animais de estimação em casa, deve-se tomar cuidado para que não fiquem bisbilhotando nas coisas da religião, tem que evitar porque não se deve permitir isso, não é correto. Dentro da panelinha de ferro se encontram Oshósi, que é o pequeno arco e flecha, que sempre deve apontar para cima ou para frente e também um conjunto de ferramentas metálicas em miniatura que é Ogun.
Para cuidar dos guerreiros é fundamental que sempre se façam as coisas que se vão fazer primeiro a Eleguá, em seguida a panelinha de ferro e a Ozun (o galinho). Devem-se levar em conta duas partes: A primeira é a limpeza e a manutenção e a segunda são as oferendas que se colocam. Não se pode cuidar deles quando a mulher estiver menstruada, vejamos:
Eleguá (as segundas-feiras):
Devemos nos dirigir a Eleguá sempre de frente a ele e em pé. Sopra-se aguardente por três vezes sobre ele, se acende uma vela e o saúda:
Alaroyé aki loyú bara barabá, Eshú boru boru, Eshú bi, Eshú bosheshe, Eshú bara Barakikeno.
Devemos dizer todas as nossas dificuldades, aflições e pedidos para Eleguá, para que ele nos atenda.
Ogun e Oshósi (as segundas-feiras):
Faz-se o mesmo que para Eleguá, com a diferença de saudação:
Ogun chiviriki Alá aluo kobu kobu, Oké baba, mi sin biriki cualo, to ni gua osun du ro gago la ago ilé.
Ozun (galinho) (as segundas-feiras):
Para Ozun é somente necessário dizer a saudação e nunca tirá-lo do lado da sopeira de Orunmilá, onde ele deve sempre estar e nunca deixá-lo tombar. Saudação:
Ozun tumo bebe mi oba gbogbo Olofin.
Oferendas:
Eleguá:
Põem-se sempre as oferendas primeiro a ele.
Água que bebemos e aguardente, um charuto, que a pessoa vai baforar três vezes em cima e depois deixá-lo aceso perto dele, doces, caramelos, chocolates, café puro sem açúcar, sem nada. Sua fruta predileta é a goiaba que deve se colocar em número de 1, 3 ou 7.
Ogun e Oshósi:
Água que bebemos e aguardente, charuto, fazer a mesma coisa que para Eleguá e pode até mesmo usar o mesmo charuto, já que vivem próximos um do outro. Café puro sem açúcar, sem nada. Frutas variadas, que podem ser em número de seis, duas para cada um, mas não necessariamente. Põem-se quantidade de coisas para três, porque Ozun também come e bebe com a panelinha de ferro. Os guerreiros são quatro, contando com Eleguá.
Ozun ou Osun (o galinho):
Igual como que Ogun e Oshósi.
Quando terminar de cuidar dos quatro guerreiros, se acende uma vela e se põe diante a panelinha de ferro e diante de Eleguá, até que se consuma. É sempre bom lembrar que se cuida e se dá alimento primeiro a Eleguá e quando se termine com ele, continua em seguida com a panelinha de ferro e posteriormente Ozun (que come e bebe de tudo que se põe para Ogun e Oshósi, por isso não se põe nada para Ozun), nunca atender a outro antes que nosso abre caminhos Eleguá, pois ele pode ficar chateado e fechá-los. Isso é fundamental.
Ifá Ni L’Órun Otura Airá