Ajé Shalunga é um Orishá relacionado com a saúde, a prosperidade e a abundância. Seu emblema é uma concha de pérolas. As pessoas que necessitam ativamente do dinheiro, o tem como seu patrono e o adoram, colocando em um recipiente conchas e dinheiro para acolhê-lo. Considera-se ele caprichoso, volúvel e inconstante. Ele escolhe aleatoriamente a quem bendizê-lo e entrega-lhe grandes somas de dinheiro. Seu Eleke se confecciona intercalando conchas e moedas.
Pataki:
Itinerante da terra africana, Ajé Shalunga, homem que todo mundo escutou que por sua boca fala a sabedoria da antiga civilização egípcia, com seus mistérios, seu grande conhecimento dos movimentos astrais e seus conhecimentos da natureza, se reuniu com um povo que vivia em abundância e não repartia seus bens com pessoas vizinhas que tinham fome.
Todos os saudaram: AJE OH, AJE OH, sabendo que com sua visita trairia mais desenvolvimento para eles. Mas Ajé, que não podia compreender como eles não ajudavam uns aos outros, consumindo em uma avareza inumana, não respondeu a saudação, mas disfrutou da hospitalidade.
Evidentemente, como todo o mundo sabia o que ele representava, ou seja, a riqueza, cheio de cuidados o sábio entre os sábios refletiu para que outros se dessem conta que o mais importante era que ajudassem uns aos outros.Decidiu então falar com eles e fez um suporte e madeira de palma e folhas secas. Reuniu todo o povo e falou das virtudes que tem que estar com os demais. Mas aconteceu que ninguém o escutou.
Olófin, que seus Orishás Shangó e Oyá os servem, enviou uma tormenta de trovões e relâmpagos. Do céu caíram pedras e isso se prolongou durante meses. As pessoas desesperadas pediam e pediam que tudo isso parasse. Seus irmãos dos povos vizinhos, que arrastaram desgraça, dividiram a pobreza com eles. Ajé Shalunga rugiu: “A corrida não será o mais rápido”.
Assim que se cogitou com Olófin o fim da tormenta e que se acalmesse, reinou a unidade entre os seres humanos e os povos. Quando tudo voltou à normalidade, todos reconheceram o poder de Aje Shalunga e eles aprenderam a amar e respeitar seus ensinamentos.
Oyekun Kana
Ifá Ni L’Órun Otura Airá