Inlé simboliza as coisas móveis, variáveis, a hospitalidade, os enganos, os hospitais, os cárceres, as casas de repouso, os asilos, as instituições de caridade, ambulatórios, as sociedades protetoras dos animais, as traições, as dependências hospitalares, o escapismo, os trabalhos isolados, as ciências ocultas, a espionagem, a camuflagem, o martírio, o sacrifício, o serviço e o inconsciente coletivo.
Os filhos de Inlé são intuitivos, compassivos, místicos, humildes, adaptáveis, sensitivos, inspiradores, sacrificados, receptivos, imaginativos, generosos, sentimentais, boêmios, caridosos, amáveis, idealistas, bem intencionados, visionários, tradicionalistas e piedosos.
Desatentos, confusos, pessimistas, vítimas, indolentes, inseguros, tímidos, desordenados, frívolos, indecisos, impressionáveis, simuladores, dependentes, hipersensíveis.
Inlé/Abata é um Orishá maior. Médico dos orishás. Patrono dos Babalawós, dos médicos, dos peixes e dono do rio. É a divindade da economia extrativa ou especificamente da pesca e da colheita pré-agrícola. É médico, caçador e pescador. É andrógeno e muito belo. É a personificação da terra, vive na terra e na água. Sua cor é a combinação do azul e verde e também o coral. Seus dias são as sextas-feiras e todo dia 24 (principalmente dia 24 de Outubro, pois é o seu dia oficial). Seus caracóis não vão ao chão, pois Inlé não fala, somente através dos caracóis de Yemanjá.
O ser receptáculo é uma sopeira cuja tampa consiste em um prato sobre o qual se põe a sua ferramenta. Como complemento leva outra sopeira pequena a qual vai o segredo de Abata (orishá inseparável de Inlé, sua esposa e irmã de Oshósi). Tem sete pedras (otás).
As ferramentas são um pedestal em forma de cruz, do qual pendem de ambos os lados, arpões e peixes. Ao longo do eixo vertical no centro da ferramenta, vão enroscados duas serpentes em prata ou metal branco, dois aros, anzóis, pita, rede e 18 caracóis. O segredo são os caracóis, conchas e um arame em forma de 21 (majás-serpentes). Os colares são de cor verde escuro, azul prusia e contas de coral. Veste-se de azul, verde, amarelo e branco e se adorna com caracóis. Também de verde marinho e da cor de certas águas paradas.
As comidas são vinho doce, pargo, alface e agrião, batata, laranjas da China, bolas de abóbora, Inhame, ekó, goiabas, óleo de amêndoas. Depois de temperado o peixe, se cobre com biscoito de água e sal moídos, farinha de milho e molho de amêndoa.
Os animais são o carneiro, galo, pombas, galinhas D’Angola e todos os animais que se oferecem para Inlé devem ser brancos. Introduz-se um peixe pargo no omieró para sacramentar a água. Antes do lavatório se faz uma cerimônia no rio e se oferece laranja de China e batata cozida e depois se dá Obi (coco). Oferece-se um galo ao rio antes da cerimônia do quarto de santo. A dança quando acontece, que é poucas vezes, se dança agachado em roda e movendo a mão direita de uma lado a outro como se estivesse separando as ervas. Os passos rítmicos vão em zig-zag, imitam com seus braços ondulantes os movimentos dos pescadores na canoa ou outras mímicas da atividade laboral. As aflições que ele protege são todas as que o ser humano pode adquirir.
Ifá Ni L’Órun