Os Guerreiros: Elegbara (Eleguá), Ogun, Oshósi e Ozun e como cuidá-los

A Eleguá, todos os dias pela manhã, antes de sair para a rua se saúda pondo as mãos no chão e pedindo: a benção, saúde, tranquilidade, desenvolvimento e que ele nos livre de todo o mal, da morte, da tragédia e das enfermidades, tanto a quem pede quanto a quem vive na casa.

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Eleguá tem que comer por no mínimo uma vez ao ano, ou quando se marque ou quando ele peça. Geralmente se dá sacrifica a Eleguá os animais que saque em Ifá. Quando se dá de comer a Eleguá, sempre se dá de comer também a Ogun e a Oshósi e a Ozun, se a pessoa tiver. Nenhum Osha ou Orishá pode comer antes de Eleguá, ele sempre comerá primeiro. A ele nunca se põe nada cozido com azeite.

Para Eleguá se oferece de tudo, se põe peixes defumados, milho torrado, inhame, bolas de farinha, peixe fresco, pão, aguardente, feijão cozido, ovos, mel, doces, caramelos, frutas; em si tudo o que a boca come. Acende-se uma vela a ele também. Podem-se deixar as oferendas por três dias e depois se leva para quatro esquinas ou em um matinho, ou ainda no lugar que seja indicado por ele. Os Oshas e Orishás à vezes se alimentam através de animais, usam os animais para se alimentar. Não é de se espantar se o que você ofereceu, outros animais comam, como por exemplo, as formigas, as baratas, os cachorros ou outros animais. Tem obras onde se põem coisas para Eleguá e depois um come e convida outros a comerem também, principalmente as crianças.

Não se pode pedir nada de mal para esses Oshas em relação aos inimigos. Quando se tenha algum problema com uma ou várias pessoas, queixe-se com ele e coloque o nome das pessoas embaixo dele, pedindo que se encarregue da situação.

Eleguá pode viver em distintos lugares dentro de casa, mas sempre vai com Ogun e Oshósi. Preferivelmente vive perto da porta de entrada da casa, para ver quem entra e quem sai.

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Pode-se passear com Eleguá em vários lugares e também se pode levá-lo a lugares como o trabalho, reuniões e outros lugares onde a pessoa for. Quando a pessoa levar Eleguá para passear, não pode dar a mão a ninguém em cumprimento.

 

Para falar com Elegua a pessoa deve estar parada, sentada, agachada ou em qualquer outra posição, menos de joelho, pois ajoelhado é como se recebe Eleguá de um Babalawo ou Olosha, quando ele é consagrado.

Ogun, Oshósi e Ozun se alimentam sempre acompanhados de Eleguá e se oferecem quase as mesmas coisas para eles. Os Guerreiros Ogun e Oshósi vivem juntos.

Se há algum problema de justiça, tira-se Oshósi de dentro de Ogun, fazem-se as obras nos dias que foram marcados e depois de resolver o problema, volta-se a colocar Oshósi dentro de Ogun novamente.

Às vezes simplesmente se recebe Ogun e depois se trata de reforçá-lo em sua casa, mas averiguando com seu padrinho para fazer as cerimônias que isso necessita.

Ozun não pode cair ou tombar. Deve ficar num lugar seguro onde não pode tombar ou cair, pois se por qualquer motivo vir a cair, a pessoa deve imediatamente ir a casa de seu padrinho e comunicar o fato a ele, onde será feito um Osode (jogo) com Orunmilá para averiguar qual foi a causa, pois ele é quem avisa de algum problema que por ventura possa acontecer e além disso, deve-se sacrificar uma pomba a Ozun. Ozun, se a pessoa tem Awó Fakan ou Ikofá Fun, deve viver ao lado da mesma.

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Pode-se cuidar desses Oshas todos os dias da semana, preferencialmente nas segundas e terças-feiras; coloca-se um pouquinho de mel de abelhas, se sopra três vezes aguardente e se lhes bafora fumaça de charuto, também de vez em quando se possível, coloca-se dendê, exceto em Ozun que não, pois se unta com banha de Ori.

Não se devem tocar os Oshas e Orishás se no dia anterior teve relações sexuais. No caso das mulheres, não devem tocar nenhum Osha ou Orishá quando estiveram menstruadas.

Todos devem saber e ter anotado todos os dados correspondentes a seu padrinho, estes são o seguinte: Nome e sobrenome, endereço, seu orishá e aniversário de Ifá ou no caso de ser padrinho de Osha, ou Babalorishá ou Obá Oriaté, o aniversário de santo. Deve-se saber também o nome de seu Eleguá, o nome de seu Ogun e a data em que foram consagrados e entregues.

Ifá Ni L’Órun