Quem é YEMANJÁ?
Filha de OLOKUN, por isso é totalmente relacionada com o mar, foi esposa de OBATALÁ, ORUNMILÁ, AGANJÚ, BABALU AYÉ, ORISHAOKO e em um de seus caminhos também foi esposa de OGUN.
Irmã de OSHÚN, foi a mão da maioria dos ORISHÁS e criou os demais.
YEMANJÁ é a mãe de todos os filhos na Terra e representa o útero em qualquer espécie como fonte de vida, fertilidade e maternidade. IYÁ OMO AIYÉ.
YEMANJÁ na natureza está simbolizada pelas ondas do mar, por isso sua dança se assemelha ao movimento das mesmas.
YEMANJÁ representa a intelectualidade, a sabedoria e os carácteres mutáveis como o mar.
YEMANJÁ é adivinha por excelência, roubou o opelé de ORUNMILÁ e este o recuperou e tratou de lhe entregar os caracóis (MERINDILOGUN, BÚZIOS). Ela é dona das águas do mar, fonte de toda a vida.
Seu nome provém do YORÙBÁ YEMÒJÁ (Yeyé: mãe – Omo: filho – Eyá: peixes) literalmente mãe dos peixes. Se diz que todos somos filhos dela, porque por 9 meses nadamos como peixes na placenta de nossas mães. Come sempre junto com SHANGÓ (Oni, Soberano), exceto YEMANJÁ OKUTÉ que come com OGUN. Seus Otás são 7 escuras ou negras e se recolhem no mar.
Sua cor é o azul e suas tonalidades. Se saúda: OMIÓ ONI YEMANJÁ OMOLODÉ! OMINARÉO!
Patakin:
YEMANJÁ estava casada com ORUNMILÁ, grande adivinhador da cidade de Ifé, que fazia milagres e tinha uma grande clientela. Por isso então ORUNMILÁ achava-se intimamente unido ao segredo dos caracóis (Dilogun), pois YEMANJÁ, dona do mar, peixes, caracóis e todo a vida marinha, se comunicava assim. Ele, por sua vez, interpretava esses segredos através dos ODÚS (Opelé e Ikins) e dos PATAKIS (fatos históricos). Ocorreu que um dia ORUNMILÁ teve que fazer uma viagem longa e tediosa para assistir a uma reunião dos AWÓS que havia sido convocada por OLÓFIN e como se demorou mais do que YEMANJÁ imaginava, esta se viu sem dinheiro, então decidiu aplicar suas técnicas e sua sabedoria para consultar por sua conta a quem precisava de ajuda. Quando alguém vinha buscar a ORUNMILÁ para consultar-se, ela dizia que não se preocupasse e jogava o OPELÉ. Como era adivinha de nascimento, suas profecias tiveram grande êxito e seus ebós salvaram muita gente. ORUNMILÁ de volta a sua casa, ouviu dizer que havia uma mulher adivinhadora e milagrosa em seu povo. Ele, curioso – como todo ser humano – perguntou onde encontrar àquela mulher e descobriu o caminho de sua própria casa.
YEMANJÁ ao descobri-lo lhe disse:
E você pensou que eu iria morrer de fome? Assim que ele, enfurecido a levou diante de OLÓFIN (Deus), sábio entre os sábios, decidiu e determinou que ORUNMILÁ registraria sempre com o OPELÉ, OS IKINS e o ATÉ de IFÁ e YEMANJÁ dominaria o MERINDILOGUN (búzios). Mas advertiu ORUNMILÁ que quando YEMANJÁ sair em seu ODÚ, todos os BABALAWÓS teriam que render homenagem a ela, tocar com a testa o tabuleiro e dizer:
EBÓ FI EBOADA.
Logo depois disso ORUNMILÁ tirou o OPELÉ de YEMANJÁ e partiu, abandonando-a, deixando-a sozinha.
Ifá Ni L’Órun