ÒRÚNMÌLÀ
A palavra ORULA é uma derivação de Òrúnmìlà, o nome do profeta conhecedor dos oráculos de Ifá.
“MÃO” é uma referência a um jogo de 16, seguido dos testemunhos sementes de palmeira (Ikin Ifá). Os iniciados devem possuir um jogo dessas sementes chamadas Ikins, enquanto os Babalawós têm dois pares, no mínimo.
A Mão de Òrúnmìlà (Owofakan) é receber as 16 sementes sagradas (Ikins) junto com os testemunhos, mediante as quais os sacerdotes de Ifá podem revelar o destino.
Owó: Mão
Ifá: Oráculo
Okan: Um
Ou seja, traduzindo literalmente é: Uma Mão de Orunmilá, parte do segredo de Ifá. A mulher recebe Ikofá, que não deve ter o mesmo número de Ikins, pois ela recebe Orunmilá para sua adoração e sua iniciação em Ifá por esse motivo se chama Ikofá. Receber esta cerimônia de iniciação significa que será revelado à pessoa o seu destino, sua missão, suas possibilidades e debilidades na vida.
Segundo a tradição de Ifá, todos os seres humanos ao vir ao mundo, se ajoelham diante de Olódùmaré (Deus) e escolhem um destino para cumprir no seu passo pelo mundo terreno.
O único testemunho deste feito é Òrúnmìlà, a deidade da sabedoria e possuidor do Oráculo de Ifá.
Antes de aproximar-se da câmara de Olódùmaré e no transcurso dos preparativos para sua viagem á Terra, a maior parte das pessoas busca pela adivinhação dos sacerdotes de Ifá celestiais que lhes recomendam um sacrifício para que seus projetos se desenvolvam de maneira favorável.
Porém, no caminho do Céu e da Terra (o útero materno) ouvimos tudo isto, mas é somente mediante a cerimônia de receber a Òrúnmìlà que podemos nos lembrar do que foi dito.
Na figura (Odú) que aparece no tabuleiro da adivinhação (Opón Ifá) estão contidos todas as mensagens e conselhos que devemos escutar e cumprir para que nossa vida seja conveniente.
Os sacrifícios (Ebós), recomendados antes de partir do Céu para a Terra, são os que devemos cumprir rapidamente.
Assim, Òrúnmìlà nos revela quem é o nosso Òrìsà Tutelar, chamado Osha Lagbatobi do qual herdamos muitas de suas características e é em última instância de quem deve seguir os costumes junto com nosso Odù Padrão.
Se vivemos de acordo com nosso destino, nos esforçando para ser o melhor que pudermos ser e cumprir com os sacrifícios, chegaremos assim à felicidade, por mais que em nosso tempo acreditemos na demora, é bom lembrar que a construção de Olófin é de acordo com a tempo natural da vida, e com os passos que damos no mundo.
Se for um agricultor, trate de fazer a melhor colheita, mas não trate de ser banqueiro, porque será uma triste e lamentável frustração. Cada um tem um papel no mundo.
Recebemos Òrúnmìlà por fé, por crer nele, para respeitá-lo e atendê-lo. Ainda que Òrúnmìlà nos ajude a obter nossos desejos, isso não quer dizer que ele seja cartão de crédito, ou moeda de troca. Não receba Òrúnmìlà para viajar ou para obter dinheiro. Ele não é o Departamento de Imigração, nem muito menos Banco de Investimentos. É bom lembrar que Òrúnmìlà sabe o que está dentro de seu coração.
Teremos o que está em seu alcance e segundo o sacrifício que tenhamos feito, não só material como espiritual, e nossos esforços. Receber a Òrúnmìlà e aos Òrìsàs significa ter em quem nos apoiarmos quando o mundo parecer estar desabando em nossa cabeça, pedir auxilio e força para sairmos de nossas dificuldades, ou a quem agradecer quando a vida nos ofereça momentos alegres. Com Òrúnmìlà nunca estamos sozinhos. Atenda-o, comunique-se com ele e ele sempre nos socorrerá.
Ifá Ni L’Órun